Saturday, August 08, 2009

É o fim!


Depois de milênios lutando para dominar o fogo, o homem vence, sobrepuja a natureza, toma as rédias, controla elétrons e fótons. Mas uma ameaça está à espreita... Como um vírus mutante endógeno estranho, estamos cavando nosso próprio abismo. Em breve nos tornaremos uma raça de ignóbeis dementes graças ao... facebook, super-mario, coisas assim. E aí a humanidade vai acabar, quem sabe... Ao menos é o que pensam alguns estressadinhos de plantão que se apressam em criticar essas tecnologias. Não que críticas não devam ser feitas, mas uma boa dose de ponderação não faz mal a ninguém.

O artigo que me leva a essas considerações está aqui.

Talvez o mais interessante a observar no meio dessa confusão toda não sejam as críticas em si, mas essa tendência, sempre manifesta, de as pessoas criticarem qualquer coisa que ameace alterar a face do mundo como elas conhecem. Mudanças culturais assustam. Idéias religiosas diferentes assustam. Diferentes opiniões políticas assustam. E se o mundo amanhã não for mais como é hoje? Estará tudo perdido? Partidários da continuidade estéril. O mundo nunca foi o mesmo de antes, qualquer que seja a época. Imutável é a tendência de mudança, só isso.

Há sempre presente uma espécie de inércia cultural, por vezes maior, por vezes menor. Criticá-la é sempre válido, mas pensar em uma sociedade sem ela é quase que uma abstração inconcebível. Uma sociedade em que toda pequena mudança ganha terreno muito rapidamente, sem resistência, adotada sem críticas, sem ressalvas, qualquer que seja. Resistências são válidas, calibram nossa dinâmica. Mas há exageros. Religiões são pródigas em cometê-los, negando e combatendo tudo o que as questiona sem muita consideração a respeito. Temos apenas que calibrar nossos julgômetros para que essas tendência humana a resistir não se torne um ímpeto instintivo e irracional por resistir.

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