Thursday, January 24, 2008

Cadê?!

- Alô...

- Alô!

- Por favor, o Axel está?!

- Não! O Axel não está não...

- Onde ele foi?

- Foi pra Minas Gerais.

- Minas Gerais?! Fazer o que?!

- Foi ser feliz!

Wednesday, January 23, 2008

Vez ou outra...

Tran Thi Kham tem quarenta anos e é uma mulher vietnamita. Não conhecia o pai, um homem que se apaixonara por sua mãe lá pelos idos de 1967. Vagando por aí, Tran conseguiu um trabalho na cidade de Taipei, cuidando da debilitada esposa de um senhor chamado Tsai Han-chao. Quando a tal esposa morreu, Tran seguiu viagem para Kinmen, a fim de continuar procurando pelo pai. Mas percebeu que havia esquecido a bolsa na casa de Tsai, e a bolsa era fundamental em sua jornada: nela estava um anel que seu pai havia dado a sua mãe, anos atrás, quando se apaixonaram. Pois bem... Quando ela voltou para buscar a bolsa, Tsai havia visto o anel e se lembrara do presente: era ele o pai.

Aqui o link para a notícia no Terra

Aqui a história num jornal internacional qualquer.

O Macho

Tempos atrás, ao lado do viaduto que liga o Ipiranga ao Shopping Central Plaza e a Av. Anhaia Mello, havia uma pequena casa, de madeira, instalada sobre quatro minguados pilares de madeira. A coisa toda tinha a estabilidade de um castelo de cartas mal feito. Olhávamos aquilo e nos perguntávamos: quem diabos mora ali?! E a escada, então?! Uma escada de restos de madeiras de todas as espécies, enrijecidas por pregos tortos e não completamente colocados... Sim, aquele era o homem mais macho do mundo, com coragem para subir ali e morar ali. Em dias de chuva, vento e relâmpagos, passávamos de carro em frente e a luz da tal casa estava acesa... Impressionante!

Até que, um belo dia... alguém compra o terreno, joga o lixo e entulho embora e... a casa some! Seria o fim de uma era?

Hoje, voltando de carro da USP para casa, passávamos pelo mesmo viaduto, já quase nove da noite... Quatro faixas, se não me engano... E no meio delas, vimos de repente: um momem andando tranquilamente, empurrando um carrinho no qual levava um bujão de gás! Sim sim, andava calmamente como se aquilo fosse o meio do deserto lhe emprestando o manto da total solidão. Mas ao seu lado, a centímetros de si: carros, motos, caminhões grandes, quase desgovernados na briga pelo lado certo da bifurcação que viria adiante...

Passamos rapidamente por ele. Mas a cena foi inóspita. Quem andaria a pé, ali? Seria a volta do homem mais corajoso do mundo?

Friday, January 18, 2008

Pertinente

Foi uma coincidência feliz eu cruzar com a crônica abaixo justo agora... E o blog do cara vale uma olhada com calma qualquer hora, ok?


NOVO VISUAL
– Oi, amor!
– O que é isso no seu rosto?
– Como assim?
– Essa barba?
– Eu deixei crescer.
– Sim, eu vi. Mas por quê?
– Ah, não sei ao certo. Queria mudar.
– Você não gostava de você?
– Não, eu gosto de mim. Apenas queria dar uma variada.
– E o que mais você mudou?
– Como assim?
– Você não disse que queria mudar?
– Sim.
– O que mais você mudou?
– Nada. Apenas deixei a barba crescer.
– Hum... Não sei... Você ficou diferente.
– Mas essa era a idéia.
– Ficar diferente?
– Sim.
– E eu?
– O que tem você?
– Eu vou ter que aprender a conviver com você de novo. Você se tornou outra pessoa.
– Olhe, eu apenas deixei a barba crescer. Se você não gostou, eu posso tirar.
– Não é questão de gostar ou não. É questão de que tudo que vivemos não valeu nada. Não valeu nada para você, porque você queria mudar. E não valeu nada para mim, pois teremos que começar tudo de novo. Vou ter que reaprender a viver com você.
– Olhe, é apenas uma barba. Eu sou a mesma pessoa. Sinto as mesmas coisas. Penso da mesma forma que eu pensava antes.
– Como você pode dizer assim? Você não pensava em deixar a barba crescer antes.
– Pensava, mas nunca tinha comentado.
– Como assim? E por que nunca disse isso?
– Eu não achei que era importante...
– Ah, claro! Não era! Agora, você deixou a barba crescer, tornou-se outra pessoa. E isso, óbvio, não é importante. Eu ter que aprender com um estranho do meu lado também não é importante.
– Amor...
– Amor? Amor, porra nenhuma! Eu nem sei mais quem é você!
– É apenas uma barba. Só isso. Se você quiser, eu tiro.
– Não. Você quis mudar, agora mude. Não pensou por um minuto em mim, e em tudo o que construímos até hoje. Aí, você vem até a minha casa, um dia, com uma barba no rosto, e acha que está tudo bem. Acha que tudo vai continuar sendo a mesma coisa.
– Olhe, eu...
– Como você se sente em relação a isso? Sim, por que isso pode ter mudado também. Você ainda me ama?
– Mas é claro que eu amo você!
– Será? Eu nem sei mais ao certo quem é você!
– Eu posso fazer a barba.
– E nossas lembranças? Você vai jogar tudo fora assim? Sim, porque você simplesmente decide se tornar outra pessoa, de um dia para o outro? Você não está satisfeito com a sua vida e decide deixar a barba crescer. Cansou de ser assim. Mas e nossas lembranças? Nossas férias em Fortaleza? Elas ainda existem? E os natais que passamos juntos?
- Mas é claro que existem!
– Não sei! Se eu olhar as fotos, agora, não é você quem está ali! É uma outra pessoa que não está aqui agora! Aliás, uma pessoa que eu nem sei mais onde está! Tudo o que eu vivi, tudo o que eu sabia... Foi tudo por água abaixo. Tenho que começar do zero, agora.
– Não, bobagem sua, é apenas uma barba...
– Pára de falar que é apenas uma barba! Não é! É uma vida! É tudo o que vivemos até hoje! Você vai jogar tudo fora assim, porque cansou?
– Olhe, eu vou para casa. Depois a gente conversa com mais calma, você está nervosa.
– Não. Entre. Se é para começarmos do novo, temos que começar em algum momento. Mas apenas não estranhe se eu não me sentir à vontade com você, como acontecia antes. Você quis mudar, agora agüente as conseqüências. Preciso me acostumar com você novamente. Precisamos reconstruir nossa intimidade.
– ...
– Entre logo! Eu queria pedir pizza hoje. Você ainda gosta de calabresa, ou isso mudou também?
– Gosto.
– Então, ótimo. Entre. Vamos nos conhecer melhor.

Na semana seguinte:
– Oi, amor.
– O que você fez?
– Raspei a barba. Estava coçando demais. Gostou?
– Você está tentando me enlouquecer?

Curso de línguas...

Vamos ao diálogo em português mesmo, para captarmos a mágica literária da interação entre os envolvidos:


-Há alguém neste escritório?
-Sim, há alguém.
-Quantas pessoas há?
-Há sete pessoas.
-Quantas escrivaninhas há?
-Há duas escrivaninhas.
-Quantas cadeiras há?
-Há quatro cadeiras.
-O que há na parede?
-Na parede há alguns quadros e um relógio.
-São cinco e meia.
-Há alguém neste escritório?
-Não, agora não há ninguém.
-Há alguma coisa sobre a mesa?
-Sim, há alguma coisa.
-Há várias coisas: flores, frutas e uma garrafa de vinho.
-Há alguma coisa sobre a cadeira?
-Não, não há nada. Nada mesmo.


É por conta de diálogos assim que eu sou incapaz de entrar num curso de línguas e participar normalmente das aulas. Minha mente insiste em ver apenas versões como essa:


Um homem de terno, distinto, entra pela pequena porta, vindo da calçada, e pára de frente a uma escrivaninha pequena, baixa, atrás da qual encontra-se uma velha senhora, mal encarada, de óculos grandes e maquiagem mal feita. Ficam se olhando, nos olhos, por cerca de 17 segundos, e então o homem quebra o gêlo.

-Há alguém neste escritório?

A cena volta a ficar estática e mais 6 segundos se passam, até que a voz arranhada e grave da recepcionista ecoa, ríspida e displicente:

-Sim, há alguém.

Dada a qualidade informativa da resposta, o homem põe as mãos nos bolsos da calça... Olha para os lados. Considera por alguns instantes ir logo embora dali e acabar com aquele constrangimento, mas decide continuar tentando estabelecer algum contato humano com aquele ser repugnante.

-Quantas pessoas há?

Desta vez a resposta não demora tanto. Ela é informativa, afinal, embora o tom de má-vontade permaneça presente em sua voz.

-Há sete pessoas.

Certo. E agora? O que mais perguntar? Ela definitivamente não quer conversar... Por que estou aqui, pergunta-se. Meio que sem querer, escapa de sua boca mais uma minguada tentativa de diálogo:

-Quantas escrivaninhas há?

-Há duas escrivaninhas. O senhor é do governo? Da polícia? Pra que tanta pergunta?

Ele a ignora e prossegue com o interrogatório, automaticamente.

-Quantas cadeiras há?

Ela intimida-se um pouco com a insistência desse estranho bem vestido, uma vez que não sabe sua origem e teme algum tipo de problema, e apenas responde, sem entender nada porém com uma certa impaciência:

-Há quatro cadeiras.

-Vocês têm sete pessoas no escritório, duas escrivaninhas e quatro cadeiras... É um arranjo deveras interessante.

Ela permanece indiferente a esta observação perspicaz, olha para o lado. Parece estar mascando um chiclete, embora não esteja. Está impaciente e ficando nervosa. O homem estranho prossegue com seu interrogatório.

-O que há na parede?

Ela grita:

-O senhor por acaso é cego? Na parede há alguns quadros e um relógio. Por que, hein?

-São cinco e meia.

-Há, de repente recobrou a visão! E sabe ler números! Que lindo! Quer que a mamãe dê uma estrelinha de bom menino pra você?! - gritando mais, obviamente.

Centrado como um monge tibetano, em nada nosso bom homem se abala com o nervosismo impregnado na recepcionista desinformada. Apenas prossegue com seu variado leque de perguntas:

-Há alguém neste escritório?

Irônica, jogando as mãos para o alto e fazendo cara insatisfeita de "aaafe!", ela responde:

-Não, agora não há ninguém.

-Há alguma coisa sobre a mesa?

-Sim, há alguma coisa.

Como que ensinando a moça a ser mais precisa em suas respostas, ele prossegue, apontando item a item.

-Há várias coisas: flores, frutas e uma garrafa de vinho.

-Olha, por que não diz logo o que o senhor quer? Eu não tenho o dia todo para ficar aqui com essa palhaçada! Se continuar aí falando bobagens sem dizer por que nos procurou, vou chamar a polícia! O manicômio! Ou o doutor Schneider, assim que ele voltar.

-Onde ele foi?

-Comprar escrivaninhas.

-Há alguma coisa sobre a cadeira?

A recepcionista explode, estressada:

-De novo com essas perguntas?! Qual cadeira?! A minha?! Olha o meu tamanho! Se eu não sou "alguma coisa", então... Que tipo de pergunta é essa, afianal? Algum freudianismo existencialista? Alguma investigação pseudo-niilista da fenomenologia do cotidiano? Pois certamente não é nenhuma descrição parnasiana dos seus arredores, já que o senhor é mais limitado de frases do que nós somos de cadeiras. Ou quer uma descrição física do que está vendo? Sim! Tem sim algo sobre a cadeira! Sou quase 97 quilos de carne, um monte de gordura antes que o senhor diga... que vem aqui todo dia pontualmente às oito da manhã e fica até o fim da tarde pra aguentar loucos como o senhor, que só sabem andar por aí a impurrinhar as paciências dos outros! Eu sou mãe de família, tenho que cuidar dos meus filhos, aguentar o Sr. Schneider, carimbar esses papéis, pagar a propina sempre que o fiscal aparece, e isso na frente de nossa própria câmera de segurança, e em pleno dia da secretária, o que eu ganho? Umas florzinhas michas, um kiwi mal escolhido e uma garrafa de vinho da promoção do Carrefour. Ora, faça-me o favor! Um imbecil como você era tudo o que faltava para fazer meu dia perfeito... Sabe o que há nesta cadeira? Além dos meus quilos de carne e gordura? Há um retrato metafórico da coerção social podando sonhos de uma infância feliz e condensando-os numa desesperançada existência monocromática em que as imposições do cotidiano acorrentam tudo em mim que considero original. Mas nesta cadeira de merda também há esperança de que, ainda que sejam poucos, terei direito aos meus dias de felicidade, em viagens, com outras pessoas que não sejam idiotas como você... Vamos observar o pôr do sol, ignorar a ironia da civilização que se autodestrói enquanto se entorpece de objetivos alucinogênicos, e ter uma sensação transcedental de que a vida pode ter sentido!

Olhando-a fixamente nos olhos... Mãos ainda nos bolsos, corrige-a calmamente:

-Não, não há nada. Nada mesmo.

Retira-se sem demonstrar nenhuma comoção com tudo aquilo, calmamente. A recepcionista, desesperada, soluçando, tenta aliviar-se com uns gritos histéricos. Abre a gaveta da escrivaninha e toma meio frasco de anti-depressivos.

Reverenciando a natuerza



Esse quadro aí de Casper Friedrich passa uma sensação diante da natureza que eu adoro... Quem gastaria bons minutos de uma manhã como essa só olhando a paisagem e odiaria ser incomodado sabe exatamente do que estou falando. Aos demais, não tenho a menor idéia de como explicar...

Calabar



Uma peça escrita por Chico Buarque que, além de contar uma história, tem também sua própria história. Domingos Fernandes Calabar preferiu ficar do lado dos holandeses ao invés dos portugueses, nesse curioso episódio histórico brasileiro. Uma nova montagem está em cartaz na unidade provisória SESC Avenida Paulista, lá pelo número 119, de sexta a domingo às 21hr. Custa R$20,00.

Em tempo: para uma reflexão sobre teatro e política, se você se dispôr a encarar o academiquês e a má diagramação, há um trabalho de Hélia Viana Rosa e Alcides Freire Ramos entitulado Calabar - O Elogio da Traição - Dimensões Estéticas e Políticas do Teatro Brasileiro na década de 1970. Eu não li, mas vocês são bem mais pacientes que eu!

Pra relaxar...

Com vocês: Teatro Mágico, Realejo



Composição: Fernando Anitelli / Danilo Souza

Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...
que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar

Enquanto é tão cedo
Tão cedo

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

Será que a noite vira num vilarejo
vejo a ponte que levara o que desejo
admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"

Wednesday, January 16, 2008

Liberdade de expressão

Olha só que maravilha, a Justiça obriga Orkut a tirar do ar páginas contra Edir Macedo. Muito bom! Eu já achava ridícula a história de crianças expulsas de um colégio imbecil em São Paulo por terem criado comunidades orkutianas que falavam mal de professores... Estamos retrocedendo!

Viagens do futuro

Olha só o que apareceu nas "imagens do dia" da Folha...



Maravilha, não é?! Chegará o dia em que este novo meio de transporte substituirá aviões e navios, pois é ecologicamente correto e muito mais divertido. Dentro da bolha podem improvisar uma cama e um lugar pra você usar seu notebook. Com wireless, claro. Assim, se você quer ir de Nova Iorque a Londres, por exemplo, entre na bolha, te lançam ao mar e... no meio tempo, você vai trabalhando no caminho, sem problemas... No site da empresa poderá acompanhar sua posição oceano afora, inclusive para ver para onde diabos está realmente indo. E imaginem que divertido será encontrar outras pessoas no meio do oceano, cada um em suas bolhas, viajando por aí?

Há também possibilidades esportivas escondidas aí... Acho que se o sujeito sair correndo dentro da bolha, ela deve tender a ir pra frente, né? É um novo tipo de corrida... As chances de acidentes ficam consideravelmente reduzidas. O único problema ecológico da bolha, até agora, é que não é biodegradável.

Trabalho novo

Recebi uma nova incumbência: estudar riscos de colisão de embarcações com pontes... Um exemplo do quão emocionante o serviço pode ser (mas espero que não chegue a tanto!) vai no vídeo abaixo:

Ah não!!!! Essa é demais!



Estava fussando no Blog do Guterman, e nos comentários de um de seus posts alguém contou a seguinte história:

Durante um julgamento de um cidadão lá pros lado de Minas, o juiz em grande dificuldade pediu o testemunho técnico de Chico Xavier, e não é que ele realmente veio ao julgamento em testemunho do réu, e psicoregistrou o depoimento da Vitima já morta, isso mesmo, o morto veio ao tribunal e deu absolvição pessoal para o réu que alias, era seu amigo e companheiro de pinga e viola, pois segundo o morto foi puro acidente. O juiz registrou nos autos que é bom ter a opinião do morto.

Fiquei boquiaberto... Será possível mesmo que isso tenha acontecido? Fui pesquisar mais e... bem, há um mar de links a respeito dessa história na net. Não fiz uma pesquisa extensa, mas alguns dos textos que achei dão a impressão de que essa maõzinha do além ajudou a nossa justiça mais de uma vez! E não é só Chico Xavier que faz esse tipo de intermediação não! Aqui vão alguns links:

Alguns Juristas crêem que a Psicografia pode subsidiar os autos de um Processo criminal. Este artigo é bem interessante por dar uma dimensão do quão longe a crença na paranormalidade conseguiu avançar dentro do mundo jurídico.

Carta Psicografada do morto leva justiça a suspender julgamento. Neste caso, o interessante é o personagem "Paulinho do Estacionamento", que detinha uma fortuna de R$15 milhões. Nada mal para alguém com esse apelido pomposo, né?!

B.O. do Além. Esse aqui traz uma interessante explicação técnica para os erros de português presentes na carta do morto: "Na verdade, o que chama mais a atenção é que a carta contêm vários erros de português, inclusive no próprio nome, que foi escrito com i! Nada bom pra um tabelião. Mas isso poderia ser explicado pelo método de recepção. Se o médium tiver mediunidade auditiva, ele vai somente OUVIR o espírito, sendo o cérebro do médium o responsável por processar as palavras, com todos os erros comuns a ele." Ah bom, agora sim!

Motos, eleições, computadores...



Vamos comentar rapidamente as quentinhas dos dias de hoje... Em ordem de prioridade? Importância pro mundo? Ah... pode ser só na ordem que fui vendo no jornal mesmo? Ok...

Em primeiro lugar, uma lei para limitar a circulação de motos na capital. Saiu em uma reportagem do Estadão a idéia de proibir as motos de circularem nas vias expressas da marginal. A reportagem diz que "Segundo a CET, nas pistas expressas das marginais ocorrem três vezes mais acidentes do que nas locais. O volume de tráfego de motos nas duas pistas é praticamente igual. Por que, então, a diferença? O principal motivo é a velocidade permitida, maior na expressa: 90 km/h. Na local, é 70." Será isso mesmo? Só a velocidade já dá conta do maior número de acidentes? Em primeiro lugar, a pista expressa tem mais faixas, logo uma vazão maior de carros e motos; é preciso então "normalizar" os dados para uma comparação mais justa. E eu fico pensando: será que já passamos muito do ponto em que uma campanha de conscientização trouxesse lá seus resultados? Divulguem mais os acidentes que aconteceram... Mostrem na TV flagrantes de motoqueiros imprudentes no trânsito e ridicularizem a atitude... Isso não deveria acontecer, paralelamente, também? Outra coisa: eu dirijo bastante em São Paulo, desde 2001. Nunca tive problemas sérios com motoqueiros. Eventualmente, um ou outro incômodo. E olha que dirijo em avenidas como a Bandeirantes, a Marginal Pinheiros, a Consolação e a Avenida do Estado, com freqüência... Acidentes acontecem, creio, não só por culpa dos motoqueiros, mas por uma combinação deste fator com a imprudência de motoristas que não fazem uso adequado dos retrovisores, que mudam de faixa de forma brusca, etc...

Próximo assunto: tecnologia, o novo notebook da Apple. Foi anunciado o lançamento de um notebook ultrafino. Maravilha... A Apple tem seus princípios autênticos de design e mesmo de estratégia de negócios... Além do notebook finíssimo, ela está entrando no aluguel de filmes online... Vamos ver no que vai dar!

Finalmente: as eleições nos EUA. Eu estou longe de ser qualquer qualificado entendedor de política. No que se refere à mídia, ao menos, minhas simpatias maiores recaem sobre Barack Obama, o negro sem larga experiência em governo que, contudo, mostra-se a um só tempo extremamente simpático e amplamente qualificado para o cargo, no que diz respeito à abrangência de seus conhecimentos e ao caráter apaziguador, pacifista e progressista de suas opiniões. Por comparação, ao olharmos para Rudolph Giuliani, o "senhor 11 de setembro", o que vemos é uma tendência forte à continuidade da exploração do medo americano para políticas de amplo emprego de guerras externas e preconceitos internos. Prefiro Barack...

Tuesday, January 15, 2008

Impressionante!

Um enorme navio... uma enorme tempestade...

Sunday, January 13, 2008

Uma manhã de domingo

Ao som de Dull Flame of Desire...



Acordo, tomo um bom copo de café com chocolate... Vou para o meu quarto. É domingo... Leio a revista que foi jogada ontem à noite na única poça d'água de toda a garagem e que deixei à noite toda secando atrás da geladeira. Algumas notícias escorreram pela página e encontram-se mescladas umas às outras. Tanto melhor assim. Comentários irônicos de um colunista qualquer aparecendo na reportagem sobre o tráfico de drogas entre os jovens. Eu não quero me enervar com as notícias. Quero rir delas, já que não vou fazer nada a respeito mesmo. Deveria até haver uma regulamentação sobre isso: assinamos certos jornais e revistas para nos informarmos apenas, nada mais, mas eles insistem em cutucar nosso humor sobre o mundo, e sempre de maneira negativa. Alguém disse que um jornalista é aquele se separa o joio do trigo, e divulga o joio... Nem é esse o problema, mas o desespero com que o faz! Bom, deixei a revista de lado depois de ver que o governo continua uma bandalheira até onde pode-se ver, os jovens consomem mais ecstasy por aí, as tradições milenares do Tibete estão sendo varridas por uma enchurrada de chineses invasores naquelas terras e, mais grave de tudo, meninas modelo do Rio querem menos meninas paulistas nas passarelas cariocas. Com tanto problema no mundo, mais essa...

Resolvi cantar um pouco. "Abandoned Fate", do Angra. É uma boa música pra se cantar logo depois de acordar. Tom grave, jogo legal de vibratos ao longo da música toda... Ela serve muito bem de "aquecimento", se você não se importar em cantá-la engasgando um pouco no começo, até deixar a garganta minimamente acordada. No começo ainda estou um pouco incomodado, mas depois a coisa vai embalando, mesclo uma ou outra música pra distrair e volto ao Angra, pra continuar melhorando em detalhes. Até que estou naquele ótimo momento em que cada período do vibrato pode ser percebido... pequenas mudanças de intensidade começam a ser controladas e esses contrastes microscópicos entre minha versão instantânea e a gravação que tenho vão aparecendo... É bem aí, no meio de uma nota mais longa, lisa, que vai dando aquele prazer de parar o tempo enquanto encontra o equilíbrio perfeito, congela todo o cenário em volta... é bem aí no meio que a porta do quarto se abre bruscamente e vem a voz da querida mamãe atropelando a música e quebrando o transe: "Adrianooooooo!!!! Tá passando um negócio legal na TV, vem ver!!!!"

Ah, quantas vezes isso acontece!

"A comida tá pronta, quer comer?!"

"Tá mostrando um avião na TV, corre!"

"Filhinho... não quer que eu faça um suco? Uma limonada, um suco de laranja?!"

"Tá chovendo, quer que eu encoste a janela?"

"Não fica sem camiseta não, põe uma blusa que tá esfriando, vai pegar um resfriado..."

O pior de tudo é quando começa com "Adrianoo... não vou atrapalhar você, mas é que..."

Não quer atrapalhar?! Então por que diabos começou atrapalhando?! E não seja hipócrita ou idiota... Com um mínimo de percepção perceberia que JÁ atrapalhou... Nunca comece uma frase com "não quero atrapalhar, mas...", "não quero dar palpite, mas...", "não quero me intrometer, mas acho que..."... Esses prelúdios idiotizam qualquer boa alma e enraivecem até o mais cristão dos interlocutores com um mínimo de percepção para a boa fluência do mundo.

E, além do mais... O que são todas essas invasões? Eu sei onde fica a cozinha em minha própria casa, e consigo reconhecer quando meu corpo aproxima-se de um quadro emergencial de fome. Logo, posso me manifestar a respeito da necessidade de comer por iniciativa própria. Mais que isso! Sou plenamente capaz de preparar minha própria comida, incluindo-se aí não só a mecânica do preparo em si mas o processo de escolha também! Milagroso, não é?

O mesmo sobre a televisão e a sala. Quando estou em meu quarto... Posso estar descansando, lendo, fazendo algo no computador ou cantando. Imaginem só... Que tipo de demente minha mãe pensa que sou? No mundo dela é plenamente cabível algo assim: eu estou no meu quarto e me bate uma vontade louca de ver televisão... Então ligo o computador, e nada... Abro uns livros, vou folheando, e nada... fico falando pra mim mesmo "o que eu queria agora era ver TV". Então ela abre a porta do quarto e anuncia: "tá passando um programa legal na TV, vem na sala ver!", e na hora sou tomado por um sobressalto: "na sala, é isso! que boa idéia!". Nããããããããão! Eu sei aonde a merda da sala está localizada em minha casa, a trinta centímetros da porta do meu quarto na trajetória mais curta... Uns oitenta centímetros de porta a porta se considerarmos a projeção do centro de gravidade do meu corpo sobre o chão enquanto me desloco pra lá. E talvez uns sete metros da minha cama ao sofá, calculando com a mesma boa metodologia.

É, estou irritado. Na verdade, no momento, por mil detalhes de contextos indizíveis, eu gostaria até de estar chateado. Mas perdi a paciência para ficar chateado há tanto tempo... É tão mais legal ficar puto com todo mundo, ou talvez com um ou outro se a raiva ainda estiver naquele meio termo que permite uma certa seletividade...

Cantei músicas em outras línguas e procurei palavras no dicionário. Li sobre o meu país, sobre a economia do mundo. Considerei coisas sobre meu papel aqui. E vi umas tirinhas lúdicas na net também. Li algumas crônicas sem a menor pretenção de complicar minha vida, só entretenimento mesmo. Nesta sexta à noite eu estava lá, numa mesinha à calçada de uma grande avenida, tomando cerveja com uns amigos e conversando inutilidades sempre com um linguajar despretencioso de qualquer seriedade no universo inteiro. Leve. Fui dormir tarde. Acordei sem horário. E não tive mais os devidos humores para o resto que eu queria do meu final de semana. Não é por causa da minha mãe... Ela só virou o alvo central da história acima porque está no débito por força de outros episódios e porque me veio com as deixas mais imperdíveis.

Eu queria agora passar três anos construindo uma maquete do mundo. Com pequenos detalhes em madeira balsa, em fibra... Com pequenos restos de lixo, tudo verde, arte ecológica. Seria grandiosa e teria detalhes. Talvez eu fizesse a maquete de todo o mundo mesmo: redonda... com alguma espécie de musgo criando os contrastes das regiões de floresta, o núcleo da esfera todo preenchido por lixo de qualquer espécie para dar volume, rigidez e poesia à obra. Depois eu levaria a obra a uma exposição no Central Park, ganharia um prêmio, atearia fogo a ela e pularia no meio. Muito melodramático? É, talvez... Tá bom, eu atearia fogo à obra e jogaria um poodle no meio. Não quero me queimar com o calor do meu mal humor, mas também não quero deixar de lado o drama da situação...

Eu chegaria lá no Central Park... E não haveria ninguém nas ruas. Seria exatamente como num filme desses de apocalipse, ou de surrealismos assombrosos em que a civilização desaparece por alguma doença ou uma força do mal estranha qualquer. Tudo vazio. Eu, minha obra de arte e o desavisado poodle, latindo e pulando em minha perna de tempos em tempos. Acho que aí eu não teria pressa de queimar minha maquete gigante e, quem sabe, pouparia o poodle da estranha inquisição. Abriria uma cadeira de praia num gramado qualquer, óculos de sol, e ficaria olhando em volta aquela cena toda de árvores com prédios no horizonte. O Central Park, por desenhado que seja, é a civilização ao contrário... Árvores em primeiro plano com prédios no horizonte... Isso não existe. Nem no campo. É uma ilusão. Na nossa vida, na prática, são sempre os prédios em primeiro plano e as árvores lá no fundo, até nas plantações. Principalmente nas plantações! Quando é que uma árvore poderia estar mais em segundo plano do que em uma grande plantação? Pode ser até de reflorestamento de eucalíptos por uma fábrica de papel, não importa! A cidade é um redemoinho que faz o resto do mundo girar em volta, e vai deixando restos inúteis parados à borda do ralo, como lixo nojento. Incluem-se no lixo nojento as árvores e até as pessoinhas carecas do pobre Tibete.

- Adriano! Tá mostrando aquela banda que você gosta, na TV, vem ver!

Cala a boca! Tô pensando na desprezibilidade do mundo como um todo pra tirar minhas raivas ponteagudas dos detalhes insignificantes de minha biografia ridícula. É um processo complicado e cansativo pra caramba. Não pode não incomodar não?! Demora pra caramba ir armando a dialética do materialismo explorador contra a história da civilização ocidental até o entorpecimento mental da ilusão de vitória, e se eu perder o fio da meada terei que recomeçar todo o processo...

- Desculpe mais uma vez, mas o almoço tá pronto, tá?!

- Ô, puta que o paril!

- Nossa, que stress, não te fiz nada!

- Ahhhhhhhhh!

Vou fazer um empréstimo num banco e comprar outros pensamentos. Pagar em mas de sem prestações.

Saturday, January 12, 2008

Abandoned fate



[Kiko Loureiro]

Silent talks
In a cold room, lost
Thoughts are gone
I'm alone

Wonder why
Why the faults were mine

Should I promise this?
Day by day
I need you
Hold you

Can't my eyes just tell?

Claim for pain
Was it all in vain?
New sad days to come
Many smiles we've done
Mourning face
In an abandoned fate

My mind is blind
But I still believe
The truth in shadows
Lies at me

Don't take my freedom
Is all I've got
Can't force my reason
For lovers knot
I'm lonely and lost

Don't mistreat me
Don't dismiss me
In joy and sorrow

Find a meaning
Keep on dreaming
It is so hard to learn

Here I stand
In a castle of sand
Who can help me then?

Friday, January 11, 2008

Uma pessoa emocionada

Em minhas incursões aos sons do idioma italiano, estava vendo uma série de entrevistas com a Laura Pausini, e num especial de TV relembram um prêmio que ela ganhou tempos atrás... Vou colocar aqui direto o segundo vídeo da série de entrevistas... Já bem no comecinho, quando anunciam que ela ganhou e ela recebe os parabéns da orquestra e da platéia, ela fica realmente sem palavras... Ver alguém se emocionar a este ponto é sempre legal...


Thursday, January 10, 2008

Entre lembranças e novidades

Lembranças são coisas estranhas... Ligadas ao passado, mas a palavra "passado" é tão traiçoeira... Pois o mais importante mesmo é o efeito presente de nossas lembranças. Ou seja, o passado em si pouco importa. Ele aconteceu lá atrás e teve sua natureza, sua mecânica. À parte dele, ainda que não independentemente (óbvio...), existe um presente com sua dinâmica toda própria...

Todo mundo tem lembranças boas que doem ser lembradas.

Todo mundo tem lembranças tristes que causam no presente qualquer sensação boa... de alívio, de superação, do prazer de ter deixado certo mal para trás.

Existem aspectos tão complicados nisso tudo... Os engenheiros têm um jeito muito sucinto de dizer que fodeu de vez quando estão tentando entender alguma coisa: "é não-linear". Nem um pouco linear! Sabe-se de onde surgem as coisas e não se tem a menor idéia de onde vão parar. Sabe-se este ou aquele sentimento onde estão agora e não se tem a menor idéia de onde vieram. E que adiantaria entender? No desenrolar natural das coisas os sentimentos andam por caminhos que não fazem sentido. É de sua natureza serem ininteligíveis, além de incontroláveis.

O bigodudo de novo


"O amor a alguém afastado é mais elevado que o amor ao próximo."
É mais uma frase desse cara estranho que é cheia de sentido por si só. Você lê só a frasesinha e fica com essa sensação de que tudo foi dito, de que tudo está ali. Mas como sou chato pra caramba, resolvi procurar a fonte... Ela saiu do "assim falou Zaratustra", talvez um dos livrinhos mais estranhos da filosofia, e certamente muito prolífico. Vem justamente do capítulo "Do amor ao próximo", que não está na seleção da coleção "Os Pensadores" mas pode ser acessado na wikisource.
Mas deixemos toda a coerência com a tradição filosófica de lado e vamos ver a frase em si mesmo, que no fundo é mais legal...
O amor ao próximo é viciado de interesses, sempre, do que esse próximo é pra você, do que implica ou deixa de implicar.... Já o amor a alguém "afastado" é mais e mais livre para amar esta pessoa pelo que ela é em si, independentemente de qualquer relação com você. Ah, não vou desenvolver mais as idéias... daqui pra frente cada um pensa um pouquinho por si mesmo...

Tuesday, January 08, 2008

Viajando pra Chapada

Antes de mais nada, as informações úteis: ao viajar para a cidade de Lençois, na Chapada Diamantina, recomendo o Hotel Tradição, localizado do lado do coração da cidade e com uma ótima infra-estrutura. Sem falar que o café da manhã, com sucos e frutas fresquinhos, e geléias preparadas pelo próprio dono do hotel, é de deixar saudades...

Agora sim... Vejam a foto abaixo:



Trata-se da entrada de uma caverna... O passeio aí é feito com pé de pato, óculos de mergulho, snorkel, colete salva-vidas e uma lanterna (obviamente a prova d'água). Custa R$15,00 e vale cada centavo... Na entrada da caverna, há cardumes de pequenos peixes que ficam nadando bem perto de você sem se incomodar... Lá dentro, há regiões onde a profundidade passa de 20 metros, e há uma passagem no fundo de um desses vales internos para galerias internas da caverna, mas aí o mergulho só é possível com cilindro de oxigênio e pessoas devidamente autorizadas. Pratinha, o nome do lugar...

Já essa outra caverna aí embaixo, a Lapa Doce, tem um conjunto vastíssimo de formações de estalactites e estalacmites, algumas com formas bem peculiares, como se fossem flores petrificadas, desafiando a gravidade e a criatividade explicativa dos geólogos e espeleólogos.

Já essa outra foto é na região da Pratinha... dá pra descer por cima desse rio de tirolesa (o que fiz duas vezes e agora me arrependo, deveria ter passado o dia lá... rs). Apesar de a foto não estar com a melhor resolução do mundo, dá pra ver a cor da água.. Um azul claro inacreditável... É lindo mesmo o lugar.


E, finalmente, não dá pra falar de Chapada Diamantina sem falar no Morro do Pai Inácio. A vista lá de cima é mostrada na foto seguinte. Eu poderia contar a história do Pai Inácio aqui, mas é bem mais interessante quando um guia conta essa história lá no topo do morro... Vale a pena!

Sobre Pripyat

No post anterior comentei sobre a cidade de Pripyat... Vamos agora a links e maiores detalhes...

Na foto abaixo, uma imagem da região da usina nuclear de Chernobyl, obtida no Google Maps.



Para encontrar a usina, digite "Chernobyl" no google maps... Essa busca vai indicar o local destacado abaixo pela seta verde. A usina fica a noroeste, conforme mostrei na imagem abaixo.



Alguns links:

Mainsonbisson Blog, um blog com retrospectiva do acidente e muitos links interessantes.

Chernobyl: 20 anos de ameaça nuclear, site educacional com história do acidente e algumas discussões a respeito.

Imagens de Pripyat, várias fotos da cidade, de diversos ângulos, como parte de um trabalho que pode ser acessado a partir do mesmo endereço. As fotos claramente exploram a temática da destruição. Mas é interessante observar como a natureza, em meio aos restos da civilização, vai retomando seu espaço e se estabelecendo.

E, pra terminar, mais uma frase da reportagem que estava lendo na Galileu: "Se o homem desaparecer amanhã, você espera ver montes de poodles vagando pelas planícies?". Tá, pode ser que isso não ocorra, mas que a hipótese leva a cenas divertidíssimas, não se pode negar!

Acerto irônico

James Lovelock escreveu em seu livro "A Vingança de Gaia" uma enfática observação sobre os perigos da energia nuclear:

"A vegetação e os animais silvestres não percebem a radiação como perigosa, e qualquer ligeira redução que possa provocar em sua longevidade é bem menos perigosa que a presença de pessoas e seus animais de estimação."

Pois bem... Na revista Galileu deste mês saiu uma reportagem entitulada "A Terra sem os humanos", que discute o que aconteceria com toda a interferência que o homem criou sobre a Terra daqui a milhões de anos, caso sumíssemos hoje. A energia elétrica sumiria, construções sem manutenção começariam a ruir. Pastos voltariam a ser ocupados por florestas... Enfim. Especulações ludicamente interessantes. Eu creio que a reportagem se inspirou num grande livro lançado há pouco tempo, que trata exatamente deste tema... Mas não me lembro o título ou o autor, então vou deixar esta comparação para depois.

De qualquer forma, o interessante mesmo na reportagem não são estas especulações sobre o futuro, mas sim interessantes observações sobre o presente. Quando Lovelock ironizou o temor humano pela energia nuclear enfatizando que o que é realmente ruim para a natureza são os humanos e não a radiação, citou como exemplo os testes submarinos da bomba de hidrogênio. A despeito de toda a radiação liberada em uma região de quilômetros, hoje são áreas de rica diversidade natural, e esta diversidade é protegida pelo fato de que os elevados níveis de radiação presente afugenta os humanos. Pois bem... A reportagem da Galileu cita um outro exemplo.

Pripyat, uma cidade próxima a Chernobyl, Ucrânia, e que foi evacuada após o famoso acidente.

A área em volta de Chernobyl revela como a natureza retoma seu lugar de comando rapidamente. "Eu realmente esperava ver um deserto ali", diz Chesser. "Fiquei bem surpreso quando entrei na zona de exclusão e vi que se trata de um ecossistema próspero."
[...] Os porcos selvagens são de 10 a 15 vezes mais comuns na zona de exclusão de Chernobyl do que fora dela, e seus predadores estão fazendo um retorno espetacular. "Eu nunca vi um lobo na Ucrânia fora da zona de exclusão. Vi muitos dentro dela", diz Chesser.

Maravilha! A radiação é algo bom pro mundo, especialmente quando acidentes acontecem, pois então ela cria bolsões em que nos excluimos e onde, finalmente, a natureza reencontra um pouco de paz para seu livre desenrolar. Onde mais seriam convenientes alguns acidentes nucleares? É melhor eu ficar quieto antes que ambientalistas extremistas telefonem pro Osama pra montar alguma bizarra joint-venture.

Sunday, January 06, 2008

O primeiro do ano!

"O desafio é ser o que se é"
Nietzsche

O bigodudo tem razão. E é um desafio e tanto. Mas a transição 2007-2008 promete que será um ano de grandes progressos na área. Estou animado, conheci muita gente animada, e há um bom equilíbrio entre o imediatismo do dia-a-dia e uma perspectiva para os próximos dois ou três anos. Não que todas as decisões já estejam tomadas (só vou deixar de ser impulsivo quando me der uma vontade vinda do nada... rsrsrsrsr), mas há possibilidades suficientemente nítidas.

E agora eu vou dormir, pois estou morrendo de sono. Depois deixo mais aleatoriedades aqui...