Tuesday, May 31, 2016

Fim de tarde no parque

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Monday, May 30, 2016

Patinando no parque

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Sunday, May 29, 2016

Cenas do parque Villa Lobos

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Saturday, May 28, 2016

Passeio de bike no parque

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Friday, May 27, 2016

Juntos

Passeio no Parque Villa Lobos nesta quinta. Mais fotos em breve.

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Sunday, May 22, 2016

Tunicado

Li agora no muito bem escrito “Ruídos de Uma Câmara Escura”, de Guy Claxton:

Se você fosse um tunicado ou uma ascídia, por exemplo, teria optado por uma solução intermediária. O jovem tunicado é uma larva, semelhante a um girino, com um cérebro primitivo que pode ser informado a respeito dos acontecimentos por meio de um órgão de equilíbrio (tal como aquele que nós, humanos, temos no ouvido médio), e um olho simples. Ele é equipado para navegar por condições aquáticas variáveis enquanto se dedica ao processo de busca de uma moradia definitiva. Quando encontra o lar ideal, o tunicado se assenta de bom grado ali pelo resto da vida, transformando-se em uma planta mediante o simples recurso de comer seu cérebro, agora redundante. (Alguns sugeriram que esse comportamento é semelhante ao de professores universitários que finalmente conseguem um cargo como titular.)

(pág. 42)

RuídosDeUmaCâmaraEscura

… e continua:

Também podemos observar, para antecipar discussões posteriores, que a questão sobre o que fazer com um cérebro que evoluiu a um nível de poder desproporcional às condições atuais de sobrevivência – quando uma espécie descobre que, durante certo período, já ‘chegou lá’ – leva-nos à situação contemporânea do Homo sapiens. Comer um belo pedaço do cérebro parece ser uma solução para o problema que talvez devêssemos analisar.

 

Tunicado

Monday, May 02, 2016

Brututi - Causos Maranhenses

Uma fazenda de soja e milho no meio do Maranhão. Estávamos lá com o avião, a trabalho. Dormindo nos alojamentos disponíveis e convivendo com os trabalhadores de lá. Por nossa necessidade providenciamos internet fazendo todo esforço possível. Utilizamos tratores para colocar as antenas nos postes. Finalmente o sinal de internet chegaria ali.

E de repente todos os funcionários saiam do refeitório, após a janta, com os smartphoones à mão. Aí um deles, tratorista, se aproximou do comandante do avião, justamente num dia de chuva em que a internet estava fora do ar:

- Rapáiz! Aquele vídi lá qui tu mi mostrô! Tu tem ele aí, tem?

-Tenho sim, tchê! Está aqui no meu celular...

-E tu passa ele pra mim, passa?

- Agora não dá, porque a internet está fora do ar!

- Oxe, afmaria! Sem internet tu num passa não?

O comandante, compadecido da transparente ignorância alheia, se pôs a explicar:

- Sem a internet não dá, porque eu não passo direto pro seu celular, entendeu? - e o tratorista olhando, admirado, e o comandante prosseguiu - O vídeo tem que sair do meu celular e ir para a internet, algum computador longe daqui, e depois da internet é que vai para o seu celular, entendeu agora?

- Ah rapá, mas é, é? Intendi foi sim...

E num breve período de silêncio o tratorista ficou ali. O comandante se admirando de todo o conhecimento que havia conseguido traduzir para aquele homem alheio aos conhecimentos das modernidades. Até que, um tanto quanto receoso, como quem insiste mais do que devia, o tratorista disse:

- Mas moço... e brututi, tu num tem, não?

- Brututi? Que isso? - assombrou-se o comandante.

- Brututi, daí tu mi passa sem as internet! Tu liga u teu daí que ligo meu daqui. Daí vai diretu dum pro otro!

E foi neste dia que o comandante aprendeu a usar o Bluetooth de seu celular.