Monday, July 31, 2006

Analiticamente correto

A aula era de mecânica analítica clássica. Mas no meu caderno nenhum número, nenhuma equação... Eu só conseguia me concentrar na genialidade da daquele professor pitoresco. Uma amostra grátis:

"imagine um plano sem atrito, como nessas hipóteses científicas que olham as coisas no particular caso em que tudo se passa como se nada se passasse..."

Sunday, July 30, 2006

Do Blog da Soninha...

Alceu, um dos jogadores mais detestados no começo do campeonato, fez um gol absurdo de falta. Um míssil, com o perdão da comparação inoportuna. Dali a pouco, teve a chance de outra cobrança de falta de longe. Alguém atrás de mim fez promessa: “Se você fizer outro daquele, nunca mais eu te xingo!” (ao que o vizinho de cadeira, escaldado, botou reparo: “Nunca mais é muito. Duas semanas”). Alceu quase fez o gol, o rapaz pensou que podia ter oferecido três semanas...
Depois do jogo, um amigo disse: “Quando o Alceu foi cobrar aquele falta, eu disse que nunca mais ia reclamar dele se ele fizesse o gol”. Imagine quanta gente pensou a mesma coisa! É muito divertido.


Excepcional!

Muito material sobre desenvolvimento sustentável

Achei o site em uma rápida pesquisa. É o tipo de local em que vale a pena uma segunda visita, com calma, para selecionar mais material para leitura. Tem muita coisa:

http://www.iisd.org/sd/principle.asp

Tá anotado.

Cartola

Enquanto, ao microfone, eram anunciados os nomes dos aniversariantes, as respectivas mesas com parentes e amigos faziam o maior barulho e comemoração, no que logo se tornou uma disputa amigável para ver quem seria a mesa mais animada. Eu então, ao lado do Seu Antônio, aniversariante da nossa mesa, resolvi avisá-lo que faríamos a nossa parte:

- Calma Seu Antônio, calma que a gente não vai deixar por menos na sua vez!

A resposta veio murmurada aos suspiros:

- Ai... ai!!!! Ai meu coração!

Quase..... quase.....

Saturday, July 29, 2006

Antropologia Comparada

"Ao contrário da gente, os americanos adoram usar meias brancas com qualquer tipo de sapato. Pode reparar nos clipes do Michael Jackson..."
Maria Elvira
Antropóloga autodidata e minha tia.

Bio.........logia

- E você? Você acredita em Deus? Aceita ao menos a hipótese de que Deus exista? E o que pensa sobre a reencarnação? Sua orientação política, qual é? Acha que o PT e o PSDB são ambos socialistas com a diferença de que o PSDB trabalha direito? Ou pensa o contrário? Você prefere acreditar que a morte é um fim absoluto ou prefere a felicidade eterna? A vida era boa na Rússia socialista? E nos EUA capitalista? Qual a diferença?

- Mas... e a Luzía?

Mais de Castells

"... a economia global não abarca todos os processos econômicos do planeta, não abrange todos os territórios e não inclui todas as atividades das pessoas, embora afete direta ou indiretamente a vida de toda a humanidade. Embora seus efeitos alcancem todo o planeta, sua operação e estrutura reais dizem respeito só a segmentos de estruturas econômicas, países e regiões, em proporções que variam conforme a posição particular de um país ou região na divisão internacional do trabalho." - p.173

Comentário sobre o fato de que em janeiro de 1999 as ações da Amazon.com valiam mais que o dobro de todo o mercado de ações da Rússia:
"... várias das empresas russas contidas nessa avaliação eram bem lucrativas, como parecem comprovar as dezenas de bilhões de dólares em capital exportadas da Rússia por algumas dessas empresas. Decerto a capitalização no mercado não é dinheiro no bolso, porque, ao tentar sacar esse dinheiro, destrói-se o valor das próprias ações que se estiver vendendo. Este é, precisamente, a questão da observação: no novo mundo financeiro o que gera valor no mercado só dura enquanto esse valor permanecer no mercado.", p. 200

Sobre os motores da economia:
"De fato, devemos lembrar que o conceito de lucro (agora obviamente insuficiente, embora ainda necessário, para explicar investimento e valor na nova economia) sempre foi uma versão nobre de um instinto humano mais profundo e mais fundamental: ganância.", p.201

A Sociedade em Rede, Manuel Castells
Ed Paz e Terra, Volume I, 7ª edição

Memorável - II

- Então, e tudo o que acontecesse, absolutamente tudo, era motivo para que ele suspeitasse que estavam olhando para mim!

- Caramba, e olhavam mesmo?

- Ah sim, claro, claro! Pra você ver né! Eu tinha um sex appeal do caramba!

- E isso te deixou traumatizada?

- Não!

- Então porque tirou?!

Memorável

- Hahahahaha, imagina?! Quando finalmente você morar com a sua vó?! Hahahahahahaha!!!

- Ei! Então imagina!!! Quando você estiver....... casado?!

- Mas isso eu evito fácil!!!!!!!!

- .... Não, você não evita NÃO!

Thursday, July 27, 2006

Conforme o prometido...

Fiquei devendo alguns assuntos a uma amiga. Falar de futebol e de furacões. Não, não é tarefa fácil não. Qualquer um dos assuntos já é tema para toda uma vida de de conjecturas, inimizades, cervejas e desespero de todas as espécies ainda que por razões distintas. Como eu gosto menos de futebol, vou falar primeiro disso. Depois falo menos de furacões, no finalzinho, mas já tentando preparar terreno para devaneios futuros no assunto.

Futebol. Um dos melhores comentários que já ouvi: "o problema com o futebol é a falta de bola. Deveriam dar uma a cada jogador e assim se acabava com toda aquela confusão!". Sei lá, imagino um país inteiro em "dia de clássico", meio mundo de gente sentada em frente à TV... e nos dias seguintes as inúmeras horas devotadas a esse assunto... Penso nisso e só sinto crescerem os argumentos para a minha "teoria da crise de alocação de recursos".

Mas talvez, admito, eu deva deixar a teoria um pouco mais complexa de modo a considerar o caráter lúdico do futebol como algo que não afete a boa alocação de recursos, seja ela qual for. Um velho bate-boca com uma professora no colégio é que me inspira. Estávamos todos rindo de uma nota de um dólar que tinha a cara do Seu Madruga no lugar do costumeiro rosto presidencial, quando fomos menosprezados pelo desdém todo da professora que limitou-se a dizer: "quanta perda de tempo!".

Iniciou-se então a discussão:

- Professora, por que você trabalha?
- Como assim?
- Bem isso mesmo, por que você trabalha, qual a razão?
E, espantada, ela recorreu em emergência ao óbvio:
- Pra ganhar dinheiro, ué!
- Ah tá, então seu objetivo é ganhar dinheiro e pronto. Ganhar dinheiro é um objetivo em si?
- Não, claro que não! Eu ganho dinheiro pra poder fazer o que eu preciso, comprar o que eu quero...
- Então desde que você tenha as coisas que lhe são necessárias, alimentos, roupas e moradia, por exemplo, não há a necessidade de dinheiro, e portanto não há a necessidade de trabalhar.... Ou você ainda quer dinheiro para mais alguma coisa?
- Claro que quero! Para poder viajar, comprar coisas que gosto....
- E para que você faria essas coisas? Viajar... comprar coisas de que gosta?
- Para me sentir bem ué! Claro!
- Então está dizendo que você, para se sentir bem, tem o seguinte trabalho: tem que trabalhar aturando uma sala de alunos completamente apática, ganhar pouco e torcer para que sobre um pouco depois de descontadas as suas necessidades básicas, e ainda esperar para que sobre tempo oportuno para gastar esse dinheiro que, tomara, sobrou, com o que lhe apreze. Todo esse trabalho para se sentir bem... E a gente aqui, que consegue se sentir bem sem maiores delongas, olhando para essa nota de um dólar com a cara do Seu Madruga porque ela nos diverte... Nós olhamos e instantaneamente nos sentimos bem, rimos e tudo o mais. De graça! E você diz que somos nós que estamos a perder tempo?

Pois é. Eu sempre lembro desse fatídico bate-boca quando preciso reprensar qual o objetivo último de coisas como a sociedade, o trabalho, e mesmo a vida em si...

É por essa via tortuosa de raciocínio que acabo por perdoar o futebol e, mais ainda, passo a vê-lo com outros olhos. Com um olhar de curiosidade... Não, eu não vou passar a sentir um desespero enorme por escolher um time ou discutir esse ou aquele jogo. Mas fico observando as pessoas fazendo isso. Há mil antropologias, sociologias e filosofias escondidas sob o futebol. Não que seja um mérito único desse esporte pitoresco, já que todas as coisas que se difundem sociedade afora como uma teia encrustada podem despertar considerações nas mesmas linhas básicas. Há porém a vantagem de que o futebol é uma teia um tanto quanto fácil de mapear, de tão evidente e intenso que é. Assim, talvez, entender o fascínio das pessoas e a propagação dos costumes associados história afora é uma maneira de entender melhor a sociedade, e de entender detalhes da sociedade que impactam em outras áreas que nada tem a ver com este esporte ou com qualquer esporte que seja. Inflação? Taxas de divórcio? Globalização? Fundamentalismo? Todas essas questões ganhariam um tantinho a mais de entendimento caso os mecanismos sociais subjacentes à propagação do futebol fossem completamente entendidos.

Mas não sou eu que vou entendê-los. Não gosto de futebol.

[desculpem, o comentário foi irresistível!]

Resta o tantinho de nada que prometi falar sobre furacões.

Furacões são bem grandes. Dependem de condições muito específicas para se formarem. Fazem um estrago danado. E não me ocorre mais nada sobre eles no momento... estou pensando em futebol.

Wednesday, July 26, 2006

A melhor legenda

"Política é convencimento. É amor ao próximo. Vou até o fim com as sandálias da humildade."
- Geraldo Alkmin, candidato tucano a papa.

Roberto Pompeu de Toledo

Acabei de ler o ensaio que termina com "Heloísa Helena é uma fera.... Mas Heloísa Helena é fofa." Talvez aí esteja o maior feito ensaísta na arte da síntese da caracterização.

Como escrevo mal...

Sim, o professor tem razão. Eu escrevo muito mal. Tudo bem que havia conteúdo, e a ordem dos assuntos foi determinada com boa concatenação. Mas alongar-me tanto assim nas explicações!!! Isso tira a atenção de qualquer um. É quase tão ruim quando um semestre inteiro de aulas sem organização de conteúdo, compactação adequada da apresentação e seqüência pertinente de tópicos. Adoro ironias.

Tuesday, July 25, 2006

Reencontro

Fechei os olhos e tentei tirar minha concentração do frio da areia úmida em minhas costas. Deitado, estendi os braços sem me preocupar em sujar a blusa já que eu não havia levado nada como uma toalha, ou uma esteira. Fechei os olhos. Deixei-os acostumarem-se com a escuridão da madrugada. Quando finalmente os abri, vi mais estrelas do que jamais havia visto. E o barulho do mar constante, emoldurando as sensações todas. Uma estrela cadente. Duas. Três... E o barulho do mar. E a escuridão. E mais nada!

Todo o dinheiro do mundo

Não é lá uma questão muito prática, reconheço. Mas talvez sirva para produzir uma reflexão mais profunda sobre a natureza da economia mundial. Lá vai:

E se, de repente, todo o dinheiro do mundo fosse utilizado para a compra de alguma coisa? Tería o mundo coisas suficientes? Esse dinheiro se esgotaria? Expandindo a proposta e assumindo a compra imediata não só de bens, mas também de serviços (relativamente imediatos), o que aconteceria com a soma total? Seria esgotada? Sobraria muito? Igualaria exatamente o valor da compra?

O que é dinheiro afinal, quando falamos em "bilhões de dólares" que nada mais são do que números em computadores disputando posses de acionistas ao redor do mundo?

Estudando o assunto

Parece que está em vias de aprovação um projeto de lei "regulamentando" atividades da imprensa. Vai exigir, dentre outras coisas, que todos os profissionais do setor (não só redatores, mas comentaristas das mais diversas áreas, etc.) tenham diploma de jornalismo. O Presidente Lula poderia ainda vetar este projeto, mas não manifesta até o momento intenções para tal. Acho uma boa essa exigência de diplomas universitários para cargos importantes. Poderíamos começar com o cargo da própria presidência, posto mais alto da Nação. E que não fique a impressão de que estou lado a lado aqueles todos que lembram da qualificação escolar de Lula com o intuito de denegrir sua imagem.

Apelo aqui à irresistível ironia que o fato proporciona porque esse projeto de lei desperta em mim grande revolta. Os motivos: em primeiro lugar, eu NÃO creio que diploma seja algo fundamental para a boa execução de um cem-número de atividades; dentre elas a representação pública. Para o desenvolvimento uma boa representatividade política creio, sim, que faz mais falta diplomas ao eleitorado que ao candidato, e sem em um cenário ou outro será mais adequado o candidato com ou sem nível superior é questão para os eleitores de cada época resolverem. Em segundo lugar, se tem uma atividade profissional que mais precisa da participação de pessoas das mais diversas, tenham estas diplomas ou não, é a atividade jornalística. Um comentarista: ele precisa de um diploma ou de um profundo envolvimento com o assunto? Você precisa contratar um jornalista para a coluna de economia do seu jornal: contrata alguém com diploma de jornalismo apenas, ou com diploma de economia apenas?

Não creio que essa neurose pelos diplomas deveria tomar lugar nas discussões públicas anteriormente a uma neurose pelos meios de diplomar, mas caso seja a primeira que se instale, esta é minha posição: que sejam exigidos diplomas para todos os cargos de importância deste país, não só o da presidência mas também o das outras instências representativas de alta hierarquia.

E se?

E se os sons falados não forem os sons ouvidos? E se as cores vistas não forem as cores iluminadas? E se a dureza que machuca não for a real dureza da pedra? E se o frio sentido não for do ar que está lá fora? E se o amor visto [ou não] não for o amor que arde naquele coração?

Convite

Caro senhor leitor,

É uma honra poder convidá-lo a deixar este computador de lado e a acompanhar-te em uma caminhada pela cidade, de preferência por caminhos nunca antes utilizados. Observe os detalhes. Quanto às pessoas que encontrar, olhe-as nos olhos, ainda que olhem para você. Não se acanhe. Observe. Sinta as sensações todas que nascem de observar.

Tenha um bom dia.

Efeito estabilizador do motor a hélice!

É claro... o Cm-alfa, coeficiente de momento de arfagem, é um adimensional. Mas o valor absoluto do momento de pitch atuando na aeronave ou, mais especificamente, aquele devido a cada uma de suas partes, variará com o quadrado da velocidade. Por isso um motor a hélice pode ter um efeito estabilizante na aeronave... Considere um motor instalado com linha de ação acima do CG do avião. Ai iniciar uma subida, a aeronave perde velocidade e o valor global de seu momento de pitch diminui; porém a tração de um motor a hélice aumenta com a redução de velocidade, e assim preponderará um momento restaurador, pitch down. O mesmo vale para o caso de a aeronave iniciar uma descida, uma vez que motores a hélice perdem tração com o aumento da velocidade.

On complexity

Complexity - The emergent science at the edge of order and chaos, written by M Mitchell Waldrop. Tells both the story of a science and a story of the scientists involved. It is a wonderful book to see how deep some questions could move those into looking for the answers of a science that had not been created yet. As for myself, I loved the reading and I already loved the subject. Reading a book like this is really a dangerous business for me, because I'm now asking what the hell is the reason why I am studying this so unambitious engineering stuff....? Do you know the answer? No matter what it is now.... few time left.

?

Foram as histórias pessoais que tomaram a vida? Foi o influxo de uma multiplicidade incontrolável de coisas das mais diversas que entalou os pensamentos? Silêncio... silêncio de calafrios. Silêncio de asfixia. Chega dele!