Wednesday, August 30, 2006

Até nunca mais

Eu estava subindo o último lance de escadas, já olhando para a sala de leituras tentando descobrir qual seria o lugar vago esperando por mim. Ela vinha no sentido oposto, distraída, até que me viu. E ficou olhando nos meus olhos, e eu nos olhos dela, de uma maneira rara de acontecer entre pessoas desconhecidas. Segundos se passaram, e conforme andávamos, não paramos de nos olhar.

- A gente se conhece?

- Talvez, parece né...

Mas quem seria? Conversamos sobre nossos colégios, cursinhos, enfim... Nada. E naquela confusão de histórias desconexas, um tchau. Um adeus.

Wednesday, August 23, 2006

João Rodrigues

Chega. Não aguento mais os pobres. Pobres e outros miseráveis de espécies quaisquer. Os sujos. Quero que sumam. Não me importa para onde vão. Não me importa que continuem pobres. Sinto muito, ou melhor, não sinto nada, se eles continuarem pobres, imundos, doentes e bêbados. Só me incomoda quando chegam perto. Na janela do carro pedindo dinheiro. Nas calçadas pedindo comida. Nas praças procurando conversa ou nos trens vendendo qualquer lixo. Sou a favor dos programas que pregam fome zero e ajuda isso ou aquilo porque aí fica bem claro que é responsabilidade dos outros cuidar dessa gente nojenta, doente. Eu quero que o mundo seja feliz, rico, saudável e limpo, mas isso não quer dizer que eu queira ver limpar os sujos, curar os doentes ou enriquecer os pobres. Isso dá trabalho, custa tempo e dinheiro. Parte desse tempo e dinheiro são meus e me deu trabalho demais conquistá-los para que tomem gratitamente de mim. Se eles simplesmente sumissem, o mundo já não estaria melhor? Tudo bem, temos que respeitar os direitos humanos e não podemos cometer atrocidades que possam vir a se voltar contra nós mesmos... concordo. Eu também quero ter minha consciência limpa pra viver em paz. Então não precisamos sumir com os pobres, apenas afastá-los. Por que eles vêm falar comigo? Que o governo mate a fome deles, que da minha fartura não quero que levem nem um pedaço. Eu tive a decência de manter minhas mãos limpas para merecê-la, de me perfumar antes de sair de casa e de acreditar que a vida tinha jeito. Se eles cairam no vício, no desencanto, na desesperança, estão tendo a fome e o frio que lhes é meritório, e não quero ousar tirar-lhes essa tão difícil conquista. Eu também tenho pessoas ao meu redor que eu poderia decidir abandonar por me sentir inferior, ou por achar que não me amam o suficiente. Também poderia acordar e decidir que nada vai levar a um futuro que valha a pena e que a única coisa com algum valor são os delírios guardados no fundo de um sujo copo de pinga barata. Mas não. Acordo todas as manhãs e, com algum trabalho, acho razões para tirar a sujeira debaixo das unhas e deixar o álcool somente para quando houver mulheres e piadas por perto. Se os sujos das ruas não acham essas razões, não sou eu quem vai dizer-lhes onde encontrá-las. Talvez esse desânimo seja genético e eles tenham todos uma propensão a desistir da vida. Então é melhor mesmo que morram ou pelo menos se tornem completamente inválidos antes de conseguir se reproduzir, assim talvez em umas duas ou três gerações estejamos todos mais limpos e podendo nos preocupar com outros problemas. Mas volto a insistir: é só eles estarem longe que eu já não me incomodo. Pago para que outros apertem as mãos dos pobres e lhes dêem sopa quente, desde que eu tenha a certeza de que nenhum deles venha tentar me cumprimentar. Prefiro ser roubado aos milhões pelas pessoas limpas e bem vestidas de Brasília do que às migalhas por essa gente com remela no olho e sujeira de asfalto no buraco das roupas.

Eu penso assim e você também pensa exatamente assim, não é? Não? Seja sincero... Se você não pensa assim, então porque você age como se pensasse assim? Enquanto não nos dispusermos a agir de uma forma mais humana, que tal ao menos termos coragem de expor às claras nossos pensamentos e termos coragem de assumir essa sujeira escondida debaixo de nossas roupas limpas e peles perfumadas? Ou então, quem sabe, poderíamos agir de outra forma...

Compensa...

Muito, muito trabalho. Mas compensa. Depois de meses investindo em uma questão que em inúmeros momentos parecia completamente perdida, ter em mãos um enorme calhamaço de resultados consistentes, apresentando apenas problemas menores, a sensação não pode ser outra: compensa. O conhecimento acumulado com o trabalho envolve tanto aspectos teóricos como, principalmente, aspectos práticos da realização dos trabalhos. Estou cansado. Vou dormir.

Tuesday, August 22, 2006

Inefáveis pensamentos

Eu escrevo um post enorme falando que as palavras originam tudo, e aí aparece no MSN essa amiga com o nick "inefável". Fiquei curioso sobre a palavra e logo descobri: inefável é o "que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível". Poxa vida... eu defendendo que as palavras criam tudo, e surge essa palavra pra falar sozinha de tudo o que não é palavreável!?!

Achei que haviam descoberto um abismo lógico nas idéias que rascunhei alguns posts abaixo. Mas depois, pensando melhor, vi que a própria palavra inefável soluciona o mistério que criou. As coisas todas inefáveis, afinal, ao menos uma palavra recebem. Essa palavrinha engraçada está no fim do mundo das palavras já.

Em resumo: as coisas inefáveis não são inefáveis pois diz-se delas que são inefáveis.

Sunday, August 20, 2006

El dia que me quieras


  • Vídeo no YouTube com a música, cantada por Sara Montiel. Procure por "SARA MONTIEL - EL DIA QUE ME QUIERAS".

  • E, por fim, a letra da música:

Acaricia mi ensueño
el suave murmullo
de tu suspirar.
Como ríe la vida
si tus ojos negros
me quieren mirar.
Y si es mío el amparo
de tu risa leve
que es como un cantar,
ella aquieta mi herida,
todo, todo se olvida.

El día que me quieras
la rosa que engalana,
se vestirá de fiesta
con su mejor color.
Y al viento las campanas
dirán que ya eres mía,
y locas las fontanas
se contarán su amor.

La noche que me quieras
desde el azul del cielo,
las estrellas celosas
nos mirarán pasar.
Y un rayo misterioso
hará nido en tu pelo,
luciernagas curiosas que verán
que eres mi consuelo.

El día que me quieras
no habrá más que armonía.
Será clara la aurora
y alegre el manantial.
Traerá quieta la brisa
rumor de melodía.
Y nos darán las fuentes
su canto de cristal.

El día que me quieras
endulzará sus cuerdas
el pájaro cantor.
Florecerá la vida
no existirá el dolor.

La noche que me quieras
...

Velha ordem na Terra

"Rebaixado ou confirmado como planeta, Plutão não mudará seu penoso curso, que leva 250 anos dos nossos anos para completar uma volta em torno do Sol. Xena continuará sua vida sombria de bola de gelo. Mas a definição do que eles são ou deixam de ser tem o potencial de provocar uma certa bagunça nas fantasias, nas crenças, nos símbolos, nos sonhos, nos medos, nos risos e nas lágrimas dos homens." [Roberto Pompeu de Toledo, no Ensaio da Veja ed. nº1970]

Pois é. Um grupo de cientistas se reunirá em Praga para discutir sobre isso... Palavras. Chamar ou não pedregulhos gigantes e redondos por "planetas"? E a observação de que, qualquer nome que for, eles continuarão fazendo as mesmas coisas que fazem, sendo por trás das palavras as mesmas coisas que, em silêncio mudo, sempre foram.

O encontro em Praga é um dentre tantos todos os fenômenos que, bem observados, indicam uma coisa só: são as palavras. No fundo, os astrônomos não estão preocupados com os planetas, mas com as palavras que associam a eles. Não querem trabalhar para entender os céus, mas precisam loucamente de todos os debates possíveis para construir um grande castelo de palavras em seus imaginários. E não são só os astrônomos. São todos. Todos.

Dentre as palavras, é claro, os substantivos desempenham esse papel religioso fundamental: substancializam. Constroem o mundo do lado de dentro, o lado que importa. E aí nasce o mundo, afinal só enxergamos das palavras pra dentro. Não é assim, afinal?

Não é verdade que a realidade física manifesta, quer seja de planetas, quarks, muons, olhares, contratos, dinheiros ou projéteis, pouco importa? Afinal, "ter" não é em momento algum da história a posse física atual, mas sim a ameaça futura de retaliações e agressões contra os que ousarem transgredir a posse substancializada pela palavra "meu". E assim também das palavras fazem-se as guerras, os sucessos, os amores, os fracassos. Quão pobre de substância é a matéria sem sua palavra, a ofensa de olhares e imagens se impalavreável... Quão inexistente...

Mas e quanto a esses momentos em que nos colocamos no alto de uma grande paisagem e experimentamos as sensações todas do contemplar, de ouvir o vento, de entender a tarde? São só momentos em que o ser busca se des-substancializar, deixar de ser. São minutos em que se é pra si. Existências desaparecidas pra nunca ninguém saber. E, com efeito, o que fica são apenas as palavras divulgáveis e a todos inteligíveis do que muito se queria ter em segredo.

Um alquimista tentou purificar de todo a complexa substância amor apenas o que fosse sentimento. Julgou pelos antigos princípios de sua ciência que teria assim a maior parte das substâncias envolvidas, mas estava enganado. Terminou com um vidro vazio. Porque essa coisa cheia de sentimentos e só que ele esperava encontrar não é amor. Amor são palavras e atos. São exterioridades apropriáveis, e nunca manifestações invisíveis ou categorizáveis por palavras dúbias. As poesias e declarações não são fruto do amor. São seu alicerce. E é essa a ordem das coisas que se manifesta também em outras substâncias jamais tão bem exploradas pelos alquimistas.

Os substantivos inventaram o homem. Que criou Deus como sua sonhada imagem mas com semelhante dissimulação. E Deus criou o Universo, descançou no sétimo dia. E teria ido para a praia no oitavo, não fosse o desestímulo dos congestionamentos.

Para destruir a humanidade, destrua primeiro as palavras, que imediatamente as engrenagens esquecerão o que é girar e os canhões desconhecerão qualquer sentido de mirar ou atirar. E não importa que de então em diante pouco sobrará neste planeta. O que é, afinal, um planeta?

You Tube!

Algumas palavras-chave de hoje:

  • freak
  • loneliness (embora dê muito trabalho filtrar as inúmeras músicas que aparecem aqui.... não estava procurando músicas)
  • Tapa na pantera (não confunda com tapa na lagartixa, não tem nada a ver)
  • Carlos Gardel (sim, tem vídeos dele lá)
  • El Perseguidor (Julio Cortázar)
  • São Paulo
  • Kazebre
  • Charlie Parker & Dizzy Gillespie

Saturday, August 19, 2006

El dia que me quieras

Muito boa a peça, que está em cartaz no "Galpão do Folias", ali bem do lado da estação Santa Cecília do metrô. A sinopse:

"Escrita em 1979, a comédia do venezuelano Ignácio Cabrujas já ganhou várias montagens no Brasil. A atual, traduzida por Antônio Mercado, está sob responsabilidade da companhia paulistana Folias. A peça sintetiza uma época de esperanças frustradas a partir da visita do cantor Carlos Gardel à casa de uma família tradicional. Enquanto suas irmãs tentam manter o glamour dos áureos tempos, Maria Luísa deseja vender a casa para aventurar-se pelo mundo com o noivo comunista. Três músicos (piano, violino e percussão) acompanham o elenco em seis canções, entre elas Cuesta Abajo e Por una Cabeza, além do clássico que dá nome ao espetáculo. Direção de Marco Antonio Rodrigues."

Vale comentar também do teatro. Você entra, e percebe que está cruzando o palco. A platéia fica do lado oposto. Então, enquanto você está sentado assistindo a peça, vê atrás do palco a porta que dá para a rua. E a porta era efetivamente utilizada como porta da casa que estava sendo encenada. É claro que os desavisados que passavam pela rua no momento tinham reações das mais engraçadas. E não pude deixar de fazer o comentário à minha amiga: "Caramba, quantos figurantes, hein?!"

Destaques: Elvira, a expressiva tiazona pulso firme (endurecido pela vida); a angelical violinista que tudo observa... ah, todos estavam muito bons! Eu gostei.

Thursday, August 17, 2006

Vivo

Hoje foi um dia.... movimentado, no melhor dos sentidos. As coisas aconteceram. Foi um dia em que eu dormi, descansei. Foi um dia em que trabalhei. Errei, persegui os erros e os encontrei. Resolvi. Não sozinho, tive ajuda, e das mais valiosas. Foi um dia em que ajudei também. Foi um dia em que segui a agenda, segui os planos que fiz ontem à noite com o travesseiro. Foi um dia em que rompi de última hora com os planos para participar, sem maiores cerimônias, de um almoço com os amigos. Foi um dia em que encontrei, de surpresa, pessoas muito queridas. Foi um dia em que fui ofendido, com uma azedura dura no olhar e na voz. Foi um dia em que relevei. Foi um dia em que ofendi, em que vi a paciência ir embora rápido. Foi um dia em que as horas passaram depressa. Foi um dia com diversas janelas de calmaria. Foi um dia em que comi bem. Foi um dia com conversas inusitadas, aleatórias, fora de hora. Foi um dia em que vi pessoas ao meu redor crescerem. Li bastante. Coloquei alguns escritos em dia também. Criei. Considerei, pensei, senti. Há dias que cabem na vida como uma luva.

De um ontem de mim...

"Talvez não somos tão grandes como pensamos. Daí que guardar assuntos dentro de nós faz com que pareçam maiores do que realmente são."

Em um caderno bem velho.

O sentido da vida . . .

. . . são os outros.

Wednesday, August 16, 2006

Repertório

Vou precisar de mais de um CD, provavelmente... Quanto tempo será que demora pra chegar?

  1. Cecília
  2. Beatriz
  3. Luiza
  4. Metal contra as nuvens
  5. Dream a little dream of me
  6. Vento no litoral
  7. No frontiers
  8. Foolish games
  9. Near you always
  10. You were meant for me
  11. Olê olá
  12. Teresinha
  13. Valsinha
  14. Quem te viu, quem te vê
  15. Marcha da quarta-feira de cinzas
  16. Perfeição
  17. Solitary shell
  18. About to crash
  19. Losing time
  20. Hell's Kitchen
  21. Take away my pain
  22. Another day
  23. Millenium sun
  24. Rebirth
  25. No pain for the dead
  26. Late redemption

O pior de mim...

Fico ponderando às vezes... No quanto as coisas nunca ditas podem se configurar como verdades intransponíveis ainda que nunca de fato venham a interagir com o mundo. Será? Esses abismos pessoais, o quão reais são? O quão mergulháveis? Quão perigosos?

"Quando se fecha em si, buscando sua realidade interior isolado do mundo, o que o indivíduo encontra? Nada. Descobre um verdadeiro vazio. Perde-se sem referência." Palavras de uma longínqua aula de Sociologia I. Na época eu era muito mais engenheiro do que sou hoje, e não entendi nada. Para mim era tudo conversa de humanista, "viagem" de palavras bonitas mas sem sentido prático. Engraçado é que hoje sou muito mais humanista do que jamais fui, ainda que com um restrito repertório de leituras por conta do tempo que preciso ficar calculando programando ou não-dormindo no curso de engenharia. Hoje eu aproveitaria muito mais uma aula do Prof. Glauco Arbix. Riria mais, é verdade, das metáforas sem fim que usavam, começando com risotos, tudo o que é tipo de comida. Mas as entenderia melhor, também.

Estou divagando. O post é para discutir um pouco do "pior de mim". Dessas manobras que fiz tendo como vítimas pessoas por quem cultivei ódio, desprezo e, por fim, pior de tudo, indiferença. A manobra em si foi uma catástrofe (ainda bem).

Mas a pergunta que fica boiando na minha cabeça é: o quanto eu me fiz pior com tudo isso? O quanto foi covardia? O quanto foi coragem?

Deveriam histórias assim nunca serem contadas, nem ao menos tangenciadas como as tangencio agora, ou deveriam ser um dia ditas completas e sem cortes a todos?

Pois às vezes sinto que de perto ninguém é plano. E que todo mundo tem seus infinitos inalcançáveis. Por que eu deveria me incomodar em não alcançar os meus?

Boas entrevistas

Vídeos com entrevistas bem interessantes com autores de excelentes livros (da linhagem "chata" de minha estante, vou logo avisando...):
http://video.google.com/videoplay?docid=-3133438412578691486&q=steven+pinker

Monday, August 14, 2006

Who's correct?

"When they are alone they want to be with others, and when they are with others they want to be alone. After all, human beings are like that."
Gertrude Stein

"Loneliness is the poverty of self; solitude is the richness of self."
May Sarton

"Do not allow yourself to be imprisoned by any affection. Keep your solitude. The day, if it ever comes, when you are given true affection there will be no opposition between interior solitude and friendship, quite the reverse. It is even by this infallible sign that you will recognize it."
Simone Weil

"To fear love is to fear life, and those who fear life are already three parts dead."
Bertrand Russell

Procurando links sobre evolução?

Então seus problemas acabaram! Uma lista enorme encontra-se em:

http://members.aol.com/jorolat/evolinks.html

Vale a visita.

Sunday, August 13, 2006

Mandamentos do Cyrillo

Quando estiver viajando pelo mundo, onde quer que seja, lembre-se:

  • Tenha cara-de-pau, estique o dedo e seja o que Deus quiser!
  • Pense positivo e esteja preparado para uma grande roubada.
  • Olhe nos olhos da pessoa e sorria! Impossível não dar certo.
  • Faça amizade com funcionários de marinas e iates clubes.
  • Cite nossos craques de futebol: "Pelê, Ronaldô, Romariô". Brasileiro sempre é bem recebido.

Mais uma insolúvel!

Minha irmãzinha:

- Nossa, como eu sou egocêntrica!

Tentei ajudar:

- Calma! Por que diz isso?

- Porque sou a pessoa mais egocêntrica que eu conheço!

Num momento de desespero, dei um fora insolúvel:

-Não é verdade! Você só precisa reparar mais nas pessoas ao seu redor ao invés de só olhar pra você!

Empresas verdes, bem verdinhas!

A reportagem especial da Newsweek desta semana explica "como grandes empresas aprenderam a amar o meio-ambiente". Muito simples, muito. Frases marcantes da reportagem:

"I don't have anything against helping the environment," says Thorsen. "But the main driver for us is profit." [Thorsen é o CEO de uma empresa de energia solar, que muito tem feito pelo meio-ambiente]

slogam da General Eletric: "Green is green," referindo-se às "verdinhas", os dólares...

O final da reportagem: "Making money is great. And if you can save the world at the sime time, so much better". É bem curioso, essa frase jamais apareceria na ordem invertida: "Ajudar o meio-ambiente é ótimo. E se você conseguir ganhar dinheiro ao mesmo tempo, tanto melhor!" Esta última estrutura é ideologicamente preferível, mas apresenta problemas intransponíveis de viabilidade, ao passo que a primeira soa num primeiro momento como se proferida por um vilão daquele velho desenho "Capitão Planeta", embora no mundo de hoje só esse vilão tenha capacidade de angariar recursos para a manutenção do verde. E das verdinhas.

Cordel

Gostei. O vocalista é um viagem total no palco, e eu fico me perguntando se aquela fumaça toda era mesmo gêlo seco (claro que não!). Ibirapuera total. Praça da paz. Paaaazzzzzzzzz.......!!!!!!!

Saturday, August 12, 2006

Considerações

Cada vez mais um aspecto do behaviorismo, ao menos, me parece mais e mais plausível: o que importa mesmo é a aparência externa das coisas. Universos internos, habitat teórico da verdadeira natureza e repositório de toda a ética que mereça ser chamada como tal, são intrinsicamente inacessíveis. Não que eu queira que seja assim, nem defenderia que este é o melhor dos mundos. Mas numa descrição muito objetiva das coisas que pude observar (nãoi me refiro apenas a ontem, não tomem o post abaixo como referência disto aqui!), venho concluindo com mais e mais força que o mundo é assim mesmo: uma interação fervilhante de aparências internas onde os universos internos pouco importam.

Tenho algumas dúvidas restando sobre esta constatação, mas talvez seja mais uma relutância consequente da minha pouquíssima simpatia pela tese que me vejo forçado a defender que uma real falta de base para sustentá-la. De tempos em tempos, quando se tem acesso a detalhes dos universos internos que se escondem por trás das histórias, gosto de compará-los ao que vai efetivamente ocorrendo na "vida lá fora".

É difícil não se flagrar consternado e perturbado diante das constatações de tão profundos contrastes.

E em determinados momentos em que a música permite, o horizonte vai longe e o vento é calmo sobre uma paisagem ao mesmo tempo caótica e serena, concluo que sou exatamente assim também, não importando o quão épicos são meus esforços para a construção de uma coerência impecável. Sinto-me por alguns instantes aliviado por saber que em mim, ao menos, há essa preocupação com a coerência, e já no instante seguinte torna-se tudo muito claro: de que isso importa, afinal?

Fora de fase

Eu não! Eu não fiquei bêbado ontem, muito embora eu recorra a uma imitação das mais competentes deste estado pitoresco, de modo a me tornar dentre eles mais um "igual" e não ser naturalmente ostracizado por um dos mais básicos dos instintos. Mas por tudo o que vi, ouvi, pensei e ponderei... Nesta sóbria manhã não me resta nada além de encher um grande copo de conhaque e mandá-lo garganta abaixo!

Friday, August 11, 2006

É bem simples, na verdade.

É só não me pedir. É só não me aparecer com essas demandas indevidas, de coisas que terão muito mais valor e me trarão muito mais prazer se puderem ter esse caráter de entrega voluntária preponderando sobre a sensação de "atendendo a pedidos". Tão simples...

E é claro que há dessas pessoas por aí que parecem saber disso por instinto, por programação genética. E é sempre um prazer estar com elas.

Thursday, August 10, 2006

Feliz dia dos pais.

Sim sim, para o seu pai, para o meu pai, e para os pais de milhares de presidiários que serão soltos esses dias das penitenciárias do Estado de São Paulo.

Não vai ser por falta de opção!

Ainda não sabe quem escolher para Deputado Federal? Seus problemas acabaram! Anote esse número: 1470! Frank Aguiar! O menino quente dos teclados vai levar um pouco de ritmo ao governo e tentar acertar o passo no planalto...

Promessa é divida...

Prometi à uma amiga um dia escrever e filmar a história da vida dela, num filme desses bem bonitos em que, ao final, ela aparece em pessoa, velhinha, comprovando a veradicidade de tudo o que foi mostrado. Pensei em chamar a Audrey Tautou para atriz principal, mas até lá talvez ela já esteja meio velhinha. Mas terá que ser alguém, no mínimo, do mesmo quilate.

Improvisando....

Essa coisa de improvisar é complicada. Você tem que criar algo no vazio, mas não se pode perder a coerência da peça como um todo. Você tem que estar atento a você, mais do que nunca, mas não se pode esperar algum sucesso disso se você ignorar o restante por completo.

Wednesday, August 09, 2006

Não é possível!

Como é que pode eu ser alguém que escreve tanto e tanto e tanto, em tudo o que é canto, e sempre ter tanto que ficou por contar? Acho que é um imediatismo muito grande, falacioso e sofismático eu apelar para o sono. Até porque, ninguém, nem eu, teria tanto sono assim... Um dia eu explico, um dia eu explico....

Tuesday, August 08, 2006

Sempre, sempre a velha pergunta sem resposta...

Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade....????

Como?

Um polignárito

Alvaro García Linera é um polignárito, se é que existe a palavra polignárito. Se a palavra não existe, deveria ser considerada desde já inventada e aplicável a pessoas que, como Linera, apresentam títulos tão variados quanto os de vice-presidente (da Bolívia), matemático e sociólogo.

Nota: gnaritas (do latin), significa conhecimento. Gnarus significa expert, familirizado com, etc...

Nicollò Machiavelli

E depois dos frangos lá do post abaixo, pesquisando rapidinho, achei essas aqui do Maquiavel:

"Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios."

"Os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição."

"O homem que tenta ser bom o tempo todo está fadado à ruína entre os inúmeros outros que não são bons."

"O desejo de conquistar é algo de extraordinário e natural, e aqueles que se entregam a tal desejo quando possuem os meios para realizá-lo são antes louvados que censurados."

"Todos vêem aquilo que pareces, poucos sentem o que és."

"O homem esquece mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio"

À parte esta e aquela distinção fundamental, ocorre-me agora que Maquiavel e Nietzsche deveriam ter sido postos pela história em lados opostos de uma mesma mesa de bar. O mundo teria um bom punhado a mais de boas histórias para contar...

O Frango...

Isso aqui não é de minha autoria. Roubei da comunidade orkuteana "Aforismos Ridículos". Como o anônimo que postou lá também não parece ser o autor, creio tratar-se por livre e espontânea pirataria de algo de domínio público. Trata-se de um material requintado e fino. Aproveite e depois estude, com paciência, cada um dos nomes que aparecem aí. Muito informativo!

PERGUNTA: Por que o frango cruzou a estrada?

Algumas respostas:

PROFESSORA PRIMARIA: Porque queria chegar do outro lado da estrada.

CRIANÇA: Porque sim.

FHC: Por que ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Real, o povo está comendo mais frango.

ACM: Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto, comprovando que aquele frango pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo.

CAETANO VELOSO: O frango é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de Canô, quisera comê-lo, ou não!

DORIVAL CAYMMI: Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá vê pronde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo sabê...

CARLA PEREZ: Porque queria se juntar aos outros mamíferos.

SURFISTA: O bicho atravessou, cara... Bicho manêro, aí. Demaaaaais...Issah...

PORTA-VOZ DA OTAN: Era um frango??! Iiiihhhh...

MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.

MAQUIAVEL: A quem importa o porquê? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.

FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.

ALBANI: Porque estava feliz.

PLATÃO: Porque buscava alcançar o Bem.

ARISTÓTELES: É da natureza dos frangos cruzar a estrada.

NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.

MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.

MOISÉS: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: "Cruza a estrada!" E o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.

ALMIR KLINK: Para ir onde nenhum frango jamais esteve.

DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.

EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.

HEMINGWAY: "To die. Alone. In the rain."

GEORGE ORWELL: Para fugir da ditadura dos porcos.

SARTRE: Trata-se de mera fatalidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.

MACONHEIRO: Foi uma viagem...

PINOCHET: El se fué, pero tengo muchos penachos de el en mi mano!

FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada.

PDT: Para protestar contra as perdas internacionais promovidas por esse governo neoliberal e entreguista, e apoiar a renúncia de FHC, já ! Fora FHC!

MALUF: Não tenho nada a ver com isso. Pergunte ao Pitta.

NIETZSCHE: Ele deseja superar a sua condição de frango, para tornar-se um superfrango.

CHE GUEVARA: Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura.

BLAISE PASCAL: Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.

SÓCRATES: Tudo que sei é que nada sei.

PARMÊNIDES: O frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento não existe.
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NOTAS MINHAS: Não gostei, em particular, da frase do Maquiavel. Está uma porcaria e vou reformulá-la:

MAQUIAVEL: Porque encontrou um meio de fazê-lo, qualquer que seja.

E poderiam ter incluído:

NEWTON: Porque, ao empurrar a estrada para trás, esta impôs ao Frango uma reação de igual intensidade, porém em sentido contrário.

SEU MADRUGA: Para fugir das bofetadas da velha coroca...

CHUCK-NORRIS: Porque eu mandei. Algum problema? Ah bom, melhor assim...

PAI DO JOÃO: Ah! Puta que o paril! Ele já atravessou é?! Cadê esse frango hein? Puta que o paril!

HELOÍSA HELENA: Porque nesse país esses Frangos acreditam que indo para o outro lado da estrada estão fazendo algum bem para o povo, mas são uns caras-de-pau! Tenho nojo deles! Mas respeito que tenham ido pra lá. Só espero que não me matem!

Algumas relações importantes

  1. Entre a mão-invisível de Smith e os suicídas de Durkheim.
  2. Entre os replicantes pesquisados pelo Santa Fe Institute e os memes de Dawkins.
  3. Entre a cultura local mapeada por antropólogos e os macro-comportamentos pesquisados por sociólogos.

Explicitar essas relações é algo complicado, pois demanda introdução a cada uma das seis idéias, ainda que de forma simplificada. As idéias em si já são algo polêmicas. Querer, depois, estabelecer uma relação firme e sólida entre elas... Complicado. Vamos ver qual será a reação do pessoal!

Notas...

Há notas para o projeto, para provas e para as avaliações que acontecerão em reuniões com os grupos. Muito discutiu-se sobre como estas notas deveriam ser estruturadas. Quantos relatórios de projetos? Quantas provas? Quantas reuniões de avaliação? Quais os pesos? Sendo a matéria chamada "Projetos II", então o projeto em si deve ter a maior nota! Mas aí não se avalia muito os desempenhos individuais. Por outro lado (e eu gostei desse argumento), dar um grande peso para as provas faz com que seja maior a tendência de alguns membros dos grupos a abandonarem seus trabalhos no projeto em si, pois na medida em que começam a fazer pouca coisa pelo projeto, sua esperança por notas recai sobre as provas, para as quais então se deverá estudar e, assim, o projeto fica mais abandonado ainda. Muito bem... Minha proposta agrada muito mais a professores do que alunos, mas se pudéssemos confiar com segurança em que as provas serão bem elaboradas, de acordo com o andamento do projeto, então imagino o seguinte esquema para resolver todos os problemas (anseios de alunos e professores): As notas das provas entram como um fator multiplicativo nas notas dos projetos, ou em parte dela. Sendo NR a nota do relatório do projeto, de 0 a 10, e NP as médias das provas, também de 0 a 10, então a média MA do aluno poderia ser algo do tipo:

MA=0,5NR* + 0,5NR*(NP/10) => MA=0,5NR (1 + NP/10).

Ou algo do gênero, variando-se os coeficientes aí.

Mas é difícil, muito difícil, uma sala de aula aprovar algo assim, pois condiciona a aprovação do desempenho em um trabalho já feito (o relatório de projetos), ao desempenho em uma outra atividade, as provas. E essa outra atividade é uma atividade individual, o que aumenta ainda mais a resistência do pessoal.

Acabamos ficando com pesos normais atribuidos a provas e relatório, e um modesto fator multiplicativo a ser dosado entre 0,9 e 1,1 de acordo com as reuniões de avaliação periódica.

OBS: É já a segunda semana de aula, e estamos nos reunindo com os professores durante as aulas para decidir como vai ser a disciplina. Não seria o caso de eles já terem esse planejamento feito? Não é por falta de comunhão com os alunos que os planejamentos de disciplinas passadas falharam. Foi só por falta de continuidade na execução.

Continuidade

"Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive grãos. Por dez, cultive árvores. Mas, para ter sucesso por 100 anos, cultive gente."

Não vejo outra saída possível, mas infelizmente não foi nesta direção que apontamos. Quando é priorizada a realização imediata a tal ponto que os esforços de implementação de uma estrutura continuada são deixados de lado, e são avaliados como algo que "atrapalha e desvirtua", por tirarem as pessoas das preocupações imediatistas, então só um destino pode ser possível: a queda. Como se levantará a equipe desta queda, se é que se levantará, é uma questão para a posteridade, para um outro momento, para outras pessoas.

Momentos inusitados se aproximam...

Tenho que depositar uns quase R$100,00 no banco. Está tudo em moeda.

Monday, August 07, 2006

Fotolog?

Há cenas que não me arrisco a descrever. Preciso urgentemente de uma máquina fotográfica...
traiçoeira,
a vida se atreve
a me dar uma segunda-feira
em que nada se escreve

Definitivamente, o Thomas voltou.

À mesa: hamburgers, amendoins, refrigerante, queijo, bolo de cenoura...

Na sala: muitos amigos, vídeos engraçados, piadas, histórias...

Da boca do Thomas: perguntas intrigantes sobre camada limite e espontaneidade da propagação de perturbações localizadas, ou coisas assim.

Fiquei... perturbado, espontaneamente perturbado.

E concluí: ele voltou.

Documentando o tempo real...

Volto aqui pra registrar em tempo real como isso acontece:

1-Chega a hora de dormir

2-Preparo-me para dormir.

3-Lembro de um assunto muito interessante, mas é hora de dormir.

4-Concentro-me em dormir.

5-Perco o sono e sinto-me um tanto quanto nervoso sobre o tal assunto. Viro-me na cama e pronto, hora de dormir.

6-O sono vai de vez e tento usar dessa estratégia: vou me concentrar 10 minutos nessa coisa e ver se o sono cai de volta. Funciona. Só que depois de uma hora, e não 10 minutos...

No final, vale a pena. A preguiça que virá pelo sono a menos não me condenará a fazer menos. Será recompensa por ter feito a mais. Em qualidade, inclusive.

Onde foi parar?

Noite, silêncio em casa... Subi para a velha escrivaninha. Algumas folhas, as canetas de sempre, de tantas palavras... E os poemas, onde estão? Tempos atrás, havia uma caixa deles, só deles. E nada mais. Livrei-me dos papéis como se pudesse me livrar dos sentimentos. Mas não é que, num estranho meio termo, livrei-me só dos pensamentos? Pois foge-me agora essa capacidade de arriscar uns versos sobre isso ou aquilo. Não creio que seja qualquer receio de que eu não tenha habilidades para tal. Não tenho a menor idéia de quais são minhas habilidades nem muito menos pretenção de que sejam qualquer coisa, mas algo que nunca me impediu com as coisas das letras é essa coisa de receio. O que ocorre aqui é diferente... É qualquer... vingança? Protesto? Indignação? Descrença? Silêncio puro? Mentira? .... mentira? É um processo curvo e sinuoso tentando dar conta de algo... de algo que no momento eu não sei bem onde foi parar.

Constatações

Nossa.... eu sou orgulhoso. Como sou orgulhoso! E nem sabia. Nem sei se alguém desconfia, creio que não. Certamente não na medida em que deveria desconfiar, pelo menos. Como sou capaz de defender o perfeccionismo de certas convicções secretas contra faltas das mais perdoáveis e passageiras mesmo diante dessa impulsividade toda por ser imediatista, inconsequente e incontido. Tudo por orgulho, é a única explicação. E fico mentindo pra mim mesmo, inventando razões, razões de longo prazo que se fazem assim lógicas, racionais, amarradas na circunstancialidade das coisas ao mesmo tempo que encrostradas no diluível. No passageiro. No instante seguinte que... já... já foi. E vai de novo, e de novo. E faz sentido, e não faz o menor sentido. E é lógico que deve ser assim. E não pode ser assim, não, não pode... Orgulho?! Há de mudar...

Sunday, August 06, 2006

O retorno!

Dois anos e tanto tempo fora... como foi rápido! E um encontro com todos aqui em casa para a (re)recepção. Muito bom! Muitas pessoas, a tradicional amarula, os cheeseburgers(res?) de sempre, embora a chapa tenha falhado por estar sem gás e... Uma novidade: twister!

Acho mesmo é que somos pessoas um tanto quanto grandes para jogar twister, ou então a idéia dos caras que criaram o jogo tenha sido realmente a de comprimir pessoas grandes num espacinho de nada e de uma forma um tanto quanto constrangedora. Se foi essa a idéia, sucesso total.

Eu sempre fico com uma vontade enorme de ajeitar as coisas quando vem muita gente assim aqui em casa mas... ajeitar o que? Eu não tenho piscina, não dá pra ir limpar a piscina, por exemplo! E o que eu posso providenciar? Contrato um palhaço?! Mas já são todos grandes demais pra achar qualquer coisa de interessante nisso. E espero que nem achassem isso tão interessante assim quando eram mais novos.

Acho que no fundo o que interessa é isso mesmo: que venham todos, e a gente estar no mesmo lugar, podendo conversar um com o outro ou simplesmente poder zoar um na frente do outro, é o que conta. Fiquei cuidando de algumas coisas (lanches e outras coisinhas assim), e nunca gosto muito dessa parte por achar que estou perdendo coisas imperdíveis nas conversas que rolam na sala ou no quintal. Mas quando se tratam das pessoas que estiveram aqui hoje, eu sempre acho que todas as conversas são imperdíveis, então devo é aprender a conviver com o fato de que não participarei de todas as conversas... Em muitas delas estarei cuidando da minha vida, em outras eu poderei participar, mas em outras ainda eu estarei cuidando da vida deles fazendo lanches para alimentá-los. Faz parte.

E quantas fotos bonitas meu amigo trouxe de lugares longínquos... Parecia..... Parecia..... a melhor coleção de fundos de tela que eu já vi na vida!

E é sempre assim, variado, embora o número de pessoas não seja nada exorbitante: enquanto uns não se aquietam com as triviais distrações de vídeos, piadas ou comidas, outras pessoas já chegam tomadas por assuntos distantes e pouco a pouco se entregam a um sono irresistível. No meio desses extremos, todo tipo de ânimos! =)

Começam a aparecer empregos, viagens para lugares cada vez mais distantes e por períodos mais longos, compromissos de namoro... E as vidas vão tomando seus rumos. Posso conviver com o fato de que os períodos dentre dias assim vão aumentar e aumentar... Mas que as chances desse tipo de encontro acontecerem sempre não se diluam nessas divergências inevitáveis.

E se...

1-E se não existisse a China? O que seria dos Estados Unidos? E do Japão, cuja recuperação de seus anos de estagnação também se explicam em boa parte devido ao gigante vizinho?

2-E se a resposta para explicar essa explosão que funde numa realidade só comunismo-marxista e MBA's com ternos de grife for, em uma palavra, adaptabilidade? Algo deve explicar esses caras existirem por mais de 5.000 anos enquanto os outros vem e vão...

3-E se... (ah não, essa não é mais nenhuma discussão muito difundível, é só uma música que me ocorreu....)

China in box

Eu deveria ter escolhido a China. Não! Não pra ir morar ou estudar, cruz credo! Mas para usar no meu estudo sobre energias limpas e discussões histórico-culturais a respeito. Lá a tal "mão-invisível", não necessariamente a mesma mão bondosa descrita por Smith, está causando tanto, mas tanto, que seus contornos se evidenciam e se acusam muito facilmente.

E o Wal-mart, quem diria... É como nossas lojinhas de 1,99, só que um pouco mais requintado. 80% das tralhas em suas prateleiras vêm da China. Oitenta por cento não é como zero por cento (quase nada....).... é quase tudo! Muita coisa!

E as cidades então... Um exemplo só: Dongguan.

Lá pelos anos 80, tinha cerca de 30.000 pessoas. Trinta mil... Algo que só preencheria um cantinho de qualquer bom estádio de futebol.

E hoje? Hoje... vinte e poucos anos depois.... anote: mais de 7.000.000. Isso mesmo.... sete milhões. Adianto as contas pra você: isso representa um aumento de 233 vezes!

Gosto das frases "Se 20% dos chineses resolverem andar de carro....", "Se metade dos chineses comprar uma geladeira"...

São todas previsões para uma catástrofe ambiental sem precedentes.

O que é que mais assusta nestas previsões catastróficas? É a magnitude do caos que se anuncia ou a velocidade com que as coisas realmente estão tomando forma lá no mais antigo dos mundos?

Por outro lado: é o mais antigo dos mundos. A única nação que tiraria, até o momento, maior nota possível nas avaliações de sustentabilidade pelas definições mais tradicionais que preconizam durabilidade e longevidade. Está isso finalmente chegando ao fim, a China como um todo personificando a história do resto da humanidade, ou os velhinhos vermelhos sabem o que estão fazendo e somos o resto de nós tolos demais para entender?

Madonna mia!

Está numa das páginas eletrônicas do estadão (http://www.estadao.com.br/arteelazer/musica/noticias/2006/ago/04/349.htm). É, Madonna causa de novo: colocando uma coroa de espinhos no meio do show e cantando uma de suas músicas cricificada em uma grande cruz de feltro no palco. Onde ela vai aprontar uma dessas? Ali, bem pertinho de Roma. E ela sabe bem como fazer as pazes com a igreja católica. Convidando o Papa para ir assistir o show. Claro, claro, por que não?

O curioso pra mim é o borbulhar de polêmica em volta... E se ela quisesse fazer um ritual satânico no palco, sei lá? Vamos tentar piorar as coisas: ela junta umas imagens religiosas, faz uma cenografia de apelo satânico-sexual em cima das imagens e depois queima tudo, ou joga sangue em tudo, sei lá eu... Desde que não envolva a vida de ninguém aí (humanos ou não),... qual o problema? O mundo ainda não está preparado para se sentir um abrigo de mentes livres e autônomas? Os líderes religosos ou simplesmente os mais fervorosos religiosos que não são líderes de nada... precisam se preocupar com essas coisas? Mesmo?

Eu ainda acho que, se um desses shows satânicos-sexuais-blasfêmos-de-mau-gosto deveria ser condenado, esse show é aquele do Ozzy em que ele comeu a cabeça de um morcego. Aí sim, se o Greenpeace resolvesse protestar, teria razão. Já a igreja... acho que a igreja, no máximo, deveria garantir uma extrema-unção de urgência ao morceguinho e mandar o Ozzy rezar umas 50 ave-marias..... ou talvez fosse mais precavido 50 pai-nossos.....

Saturday, August 05, 2006

Definitions on graphs

A digraph (directed graph) with weighted edges is called a network.

Phylogenetics - some interesting websites

While trying to understand a little bit more about all this phylogenetic subject, I was reading the Boore's paper entitled "The use of tenome-level characters for phylogenetic reconstruction". Although a little advanced to me by now, it was a ver good set of sheets to underline and make notes on important words and terms for further research. Now, trying to understand some of the basics in the subject, I found these interesting websites (please leave a comment if the link doesn't work anymore!):

How to draw phylogenetic trees?
http://icb.med.cornell.edu/education/courses/introtobio/t-phylogeny.xml - contains some basic explanations of the process of drawing the phylogenetic tree, explaining first what it is and some of the methods associated. TIP: The site contains links to a free program specially devoted for drawing the phylogenetic tree!!!

Wikipedia - "Phylogenetic tree"
www.wikipedia.org - While it remains somewhat controvertial if the open structure of reference bases such as wikipedia is really a trustable basis or not, the quality of the material acumulating in there poses itself as a very valuable introduction to the ever growing content available.

Phylogenetics
http://users.ugent.be/~avierstr/principles/phylogeny.html - Some therminology, basic definitions and technical details. Recommended for begginers, such as me!

Phylogenetic trees
http://cnx.org/content/m11052/latest/ - As the site defines itself: "This module introduces the student to the concept of cladograms and phylogenetic trees. It explores some online bioinformatics tools that will produce tree diagrams." Tip: There's a link to the author's homepage, wich is always useful if you wanna make contact to ask questions and learn some more.

Enjoy the reading!

Funciona assim mesmo, ué!

Como se ele não soubesse... ah meu Deus! Meu Deus!!! Certas pessoas me deixam tão indignadas... Qual o problema, afinal, de ninguém desconfiar de algo que tanto se fez para transformar em segredo?! Deu certo, ué!

Thursday, August 03, 2006

As perguntas...

Gostei das questões.... pontos de vista diferentes.

1) E se imaginarmos que só teremos disponíveis condições materiais, sociais e técnicas para estabelecer um padrão de atividade realmente sustentável mediante o uso intensivo dos recursos energéticos atualmente disponíveis? Como uma fase de transição... Entre a fase antiga e o futuro sustentável, se temos que usar os combustíveis fósseis, de repente temos que usar tudo de uma vez!

Está embutida aí a idéia de energia de ativação, a idéia de que um futuro desejável não seria atingível por outros meios... Give it a thought sometime.

2) Entendendo por sustentabilidade a garantia de que as gerações futuras tenham acesso à mesma condição material que temos hoje, na verdade, economicamente, estamos criando um futuro de menor valor. Uma vez que só seria possível a mesma realidade material de hoje proporcionar riqueza equivalente mediante taxa de juros igual a zero, o que é uma irrealidade econômica, uma aberração econômica.

Economistas são chatos. Chatos e petulantes. Preciso arranjar uma resposta para essa colocação que tenha estas características: que seja chata e petulante.

Diálogo

EU: Saudade.

EU: Saudade de que?

EU: Saudade . . .

EU: Saudade pra quê?

EU: Saudade . . .

EU: Saudade . . .

Energia sustentável

A história da energia estava lá nos rascunhos. Tinha até alguns parágrafos já. Mas de repente não fazia mais o menor sentido. Esse negócio de desenvolvimento sustentável, afinal, é assunto global. E se eu não tinha como falar da história dos outros países, nada de história do Brasil também. O artigo tinha que dar um tratamento homogêneo a todo mundo. Meia noite, faltavam 14 horas para a aula. E eu decido apagar tudo. Do princípio: Define sustentabilidade. Discute isso dentre os vários artigos e ainda coloco minha opinião. Duas da manhã. Legal, agora fala do Nepal, da Maláisia... Seis da manhã. Um breve cochilo. Seis e vinte da manhã. Escrevo o abstract e traduzo para o português (muito mais fácil que fazer o contrário). Nove da manhã: qual desses trinta gráficos sobre os EUA eu escolho? Minha cabeça não funciona mais. Não vai dar tempo de fazer o pdf. Nada de apresentação. Dez e meia da manhã. O Brasil ainda não está concluído! (não me diga....) Não vai dar tempo. Tudo bem... Vamos lá, coragem, coragem e paciência. Duas da tarde: medo! Os alunos eram... adultos, e bem adultos! Caras de empresários, professores, doutorandos... droga! E eu com meu *.doc cheio de "XXXXXXXXX" texto afora. Soa o gongo, ou melhor, a voz do professor:

"Vamos lá? Todos prontos para a aula do Alexandre?"

"Adriano, professor! Adriano! Quer dizer... a não ser que o Alexandre esteja para chegar..."

"Ai não, desculpe, Adriano! Adriano!... vamos lá... o que você trouxe aí?"

Tive que apelar. Trapacear. Usei os recursos mais baixos que existem quando se trata de interação com a platéia: espontaneidade e sinceridade total.

Estou devendo um horário na minha agenda para as próximas aulas agora.

oh familia!

MÃE: Então, você assistiu Coração Valente?

TIA: Ai não! Não tive coragem!

É a pizza!

É um barulho diferente, não sei explicar... Percebe-se que não é uma moto grande, claro. Mas não há o risco de confundí-la com uma mobilete de algum dos moleques do bairro, ou com uma outra moto qualquer passando na rua... Parece que moto de entregador de pizza tem precisamente este barulho: barulho de entrega de pizza.

Wednesday, August 02, 2006

Psicológico?

Tive, antes de dormir, uma sensação das mais estranhas. Os pensamentos se misturavam. Sujeitos não combinavam com predicados numa mesma sentença. Seria isso só no nível consiente ou eu estaria irremediavelmente entrando em colapso em todas as minhas camadas cognitivas? Tentei observar melhor os pensamentos para chegar a alguma conclusão nesta importante questão, mas rapidamente me distraí com coisas como meus gastos com gasolina, o último gato que pulou aqui no quintal, a ordem das coisas do trabalho que pretendo fazer amanhã, a provável população da China em 2050 e o tamanho dos pisos do meu quarto. Caí no sono.

Sonhei. Eu estava no meio do mar, nadando rapidamente para todos os lados, no meio de uma guerra, lançando bombas contra porta-aviões gigantescos com a mão mesmo. Nos sonhos não se pode parar de guerrear só porque se está caído no mar. Alguns amigos meus estavam no mar também, e entre uma bomba e outra nos reuníamos para conversas triviais, como discutir que filme vamos ver neste final de semana ou quantos pedaços de pizza já conseguimos comer em competições de rodízio. Afundamos cinco porta-aviões inimigos, tivemos alguns aviões amigos abatidos e era um problema fugir debaixo deles enquanto caiam ao mar.

Ando estranho.

Cenas roubadas...

"Era uma casa muito engraçada. Não tinha piso, não tinha nada. Não tinha cheiro de casa, tinha cheiro de obra, tinha cheiro de nova. E as luzes, à noite, eram somente dos fogos de artifício."

Muito bom!

Mas é claro que você conhece o autor....

DONNA MI PRIEGA 88
se amor é troca
ou entrega louca
discutem os sábios
entre os pequenos
e os grandes lábios

no primeiro caso
onde começa o acaso
e onde acaba o propósito
se tudo o que fazemos
é menos que amor
mas ainda não é ódio?

a tese segunda
evapora em pergunta
que entrega é tão louca
que toda espera é pouca?
qual dos cindo mil sentidos
está livre de mal-entendidos?

Paulo Leminski

Tuesday, August 01, 2006

E você?

Não precisa me contar não... Mas pense um pouco:

O que é que você realmente quer? Pode ser um fato, uma carreira, um lugar, uma pessoa, um momento, um título... O que é?

Para forçar a pergunta a queimar um pouco mais o cérebro, vamos um pouco mais além. Imagine a seguinte situação. Deus aparece na sua frente e lhe diz o seguinte:

"Oi! Eu sei que isso vai meio contra essa história toda de livre arbítrio e tal, mas eu estou com uns probleminhas lá no céu, explico depois, e tenho que fazer um trato agora com você... Eu preciso saber qual é o grande desejo da sua vida, e lhe asseguro que ele será prontamente atendido, o que quer que seja. É claro que não vale pedir mais desejos, pedir outra chance, pedir para voltar atrás ou resolver tudo isso na próxima segunda. Não me venha com uma dessas. Só que tem uma coisa, depois que você me disser esse seu desejo, eu terei que garantir também que nenhum outro dos seus desejos, dos seus sonhos, se realize. É, desculpe, mas essas são as novas: você tem uma escolha para fazer e ela será realizada, mas tudo o mais que você quiser, desejar, ao longo da vida, não terá. Então escolha agora. Pode ser um grande amor, o amor de sua vida. Pode ser um título, qualquer um: doutor formado, campeão mundial de box, ditador do mundo. Isso, vale até ditador do mundo, eu teria que criar a ditadura mundial, mas não tem problema. Mas todos os outros desejos de sua vida serão invalidados. Então como ditador mundial você pode fazer tudo desde que não seja sua legítima vontade, porque se for, eu impedirei. Pois é, ditador do mundo já não parece uma boa escolha, não é? Mas e aí... Me diz logo porque eu preciso resolver isso rápido... o que você quer?"

Sim, é claro que você, de início, numa situação dessas, ia achar que não se trata de Deus. Mas aí ele faz alguns truques mirabolantes na sua frente, bem como o God Freeman fez em O Todo Poderoso, e você se convence. A pergunta permanece. E tem que ser respondida agora. E aí?

Método de Galerkin

Se eu dividir minha vida em pedaços, e em cada pedaço acontecer só uma coisinha de nada... No final terei o que? Uma aproximação da vida? E a vida integral? Acontece aonde?



....................... Alguém me socorre!

Erasmo

Alguns sites:

Um pouco sobre o cara:
http://br.geocities.com/discursus/filotext/erasmfil.html

Elogio da Loucura, o próprio livro, online: http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/filosofia/livros/Loucura.htm

Uma outra biografia um pouco mais completa que a anterior:
http://www.erasmus-foundation.org/xhtml/erasmus.htm

Agora antes que fique a impressão de que eu sou admirador do Erasmo... Não. Meu negócio é com a Loucura. Ela mesma, em pessoa. Minha gradião com o Erasmo é por tê-la manifestado de uma forma tão clara em suas linhas.

Curioso

Finalmente, me ocorreu a justificativa para estudar aqueles países tão estranhos... Nepal, Índia, Malaysia.... É a idéia do "exemplo no limite", exemplos extremos. Querendo imaginar se luz é algo que pode cegar, não imagine qualquer luz... pense em olhar para o Sol.... DE PERTO!. Querendo imaginar em que ponto de uma viga uma carga produz maior esforço, tem maiores chances portanto de quebrar a viga.... Não coloque uma "carguinha P" na viga... Imagine, na ascepção mais técnica possível dos termos, "um puta peso ignorante" sendo aplicado em vários pontos, e o comportamento global resultante será mais intuitivo. Assim, querendo entender o que pode se impor como limitantes ao estabelecimento de políticas de desenvolvimento sustentável, vamos olhar para extremos... Se a questão central é financeira, olhemos para alguns extremos em que as condições sócio-econômicas se impõe como fator limitante e, em seguida, olhemos para o extremo oposto. Os EUA, uma economia rica e próspera. E, embora seja sede de importantes inovações tecnológicas que prometem um futuro de substrato técnico mais ecológico, é importante lembrar que os EUA figuram como a grande nação poluente do planeta. E eles não podem parar com isso, simplesmente, desligar todas as chaminés, carros e afins, por uma questão muito simples: econômica. Tá, forcei a barra no exemplo com os EUA, mas mesmo em uma escala menor eles não saem gastando dinheiro com tecnologias verdes se isso não for economicamente viável ou se a intensidade do subsídio para a implantação da mesma não se justificar em caráter de pesquisa e desenvolvimento do setor. Ninguém pensa em uma implantação imediata e maciça das tecnologias verdes já disponívies. Elas não aguentariam rodar esse mundo que está aí, aliás, de forma economicamente viável.

A observação que me ocorre, e que é uma hipótese jogada já que não fiz a menor das verificações quantitativas a respeito, é a de que em todo o espectro da realidade econômica, a economia em si é um empedimento significativo à implantação das tecnologias verdes. Ser ecológico ainda não é lá uma boa idéia econômica, exceto pela reciclagem de latinhas, borrachas e papel, e outras coisinhas assim. Não "podemos" parar de queimar petróleo, por exemplo. Fazer isso hoje só seria viável mediante a aceitação da idéia de parar o mundo. E parar o mundo não dá.