Wednesday, August 22, 2007

Extemporâneo


Além de medos infundados e em prazeres efêmeros escondem-se sendidos profundos, simples e eternos. O que é que se constrói num instante afinal? Que cena sobreviveria longe da peça? Às vezes esqueço que também estou além de hoje e me desespero. Mas aí vou lá pra longe e olho as coisas sendo. O movimento. As cores escuras olhadas de perto são escuras demais. Olhadas de longe, são parte do quadro, indispensáveis e insubstituíveis. E quantos mundos subterrâneos existem! Gosto de garimpar aqui e ali, escavar, explodir o chão, procurar por eles. É uma busca vã... jamais encontrarei sequer uma ínfima parte. Seria como querer ler todos os livros ou ouvir todas as músicas do mundo. Mas... há músicas que se conhece sem ouvir? Pois há tantas coisas que se fala sem falar, que se ouve sem ouvir, que se percebe sem que se anunciem... São tantos os mundos escondidos, que às vezes não lembro onde sou!


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