Sunday, February 25, 2007

PETAR


Minha barraca tem goteiras,
Onde pinga sem pará;
As Marinas que aqui reclamam,
Não reclamam como lá.

Nossas cavernas têm mais pedras,
Nossas várzeas mais odores,
Nossas bagagens têm mais breja,
Nossa breja mais amores.

No mato, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha barraca tem goteiras,
Onde pinga sem pará.

Minha barraca tem isopores,
Que tais não encontro eu cá;
No mato - sozinho, à noite -
Mais presunto encontro eu lá;
Minha barraca tem goteiras,
Onde pinga sem pará.


Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute as margarinas
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as barracas,
Onde pinga sem pará.

No mato, na trilha, na lama,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha perna tem picadas,
Onde coça sem pará.

Meus amigos têm mais risos,
Que tais não encontro eu cá;
No mato - na trilha, na lama -
Mais mosquitos encontro eu lá;
Minha perna tem picadas,
Onde coça sem pará.

Não permita Deus que eu morra,
Nem que eu venha a escorregá;
Sem que desfrute os jantares
Que só o Demo me dá;
Sem qu’inda aviste as barracas,
Onde pinga sem pará.

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