Monday, January 22, 2007

À janela num dia frio...

Eu penso em você todo dia. Todo dia, invariavelmente. Antes de dormir, acordado... A gente se conheceu tão jovem, ainda sem entender tanta coisa... E eu então, inocente, quantas vezes caí até que aprendesse a deixar que você me levasse... Até que eu tomasse gosto. Até que aprendesse tudo o que nunca mais se esquece, querendo ou não... E fico pensando: onde está você hoje? Está com alguém? Teria me esquecido? Creio que não, não pode ser, simplesmente não posso admitir algo assim...



Lembro de nós dois no banho, um lavando o outro no quintal dos fundos lá de casa, sob aquele sol forte de verão. Que cena, que cena... Correria atrás de você onde quer que fosse para viver aquilo mais uma vez se soubesse onde está... Aquele banho gostoso depois de horas e horas juntos, inseparáveis como um só, e minhas pernas exaustas. Completamente exaustas.

Tivemos nossas desavenças, é verdade... Chegamos a nos machucar, mas nunca realmente brigamos. Chorávamos um pelo sentimento causado no outro e vice-versa. Antes de nos fazermos qualquer mal significativo, já estávamos lá, nos cuidando. Guardiões de nós mesmos. Cúmplices de um amor sem palavras. Amor sem intermináveis eu te amo, sem contas telefônicas, sem datas perigosas de se esquecer, sem poesias. Existe amor mais sincero? Era só uma alternância interminável de desejo irresistível e exaustão, como se um orbitasse o outro.

E hoje fico aqui me perguntando...

Onde diabos foi parar minha primeira Caloi?

1 comment:

Paulo Roberto said...

A minha tinha um jeito tão suave... Mas era só montar nela que nossa, virava uma égua brava! E era pedalada atrás de pedalada! Apertava em com força, e ela respondia com prontidão... Que magrela... No final, claro, exausto de tanto esforço, chutava ela prum canto. Cada coisa no seu lugar, sempre disse a minha mãe.

Minha caloi era azul... que saudades dela.