Sunday, July 22, 2007

Num lugar alto

Vou lá, sozinho, e fico olhando o horizonte por um tempo. O Sol se escondendo rápido sob o horizonte. Daí todo o resto é lembrança, é alguma sensação aflorando e se escondendo...

Casa cheia. Crianças, visitas, amigos, parentes... Um contraste enorme com esse silêncio perene aqui de casa normalmente só quebrado pelas minhas violências ritmicas à bateria, pelas minhas cantorias sem público e fora de hora ou pelo dueto de crise familiar entre minha mãe e minha tia.

Casa cheia. Crianças, visitas, amigos, parentes... Escuta-se risadas. Histórias. Comentários de coisas triviais. Alguma picuinha aqui e ali, resolvida com duas ironias e mais três risadas normalmente. A dinâmica toda indescritível entre a criança buscando um lugar aos assuntos adultos e os adultos tentando separar um tempo para o mundo criança. Casa cheia...

Aprendi a gostar dessas coisas de um jeito que nem imaginaria alguns meses atrás.

É engraçado como as histórias evoluem... não passamos por nada que não nos deixe marcas, embora muitas vezes ignoramos ou neguemos esses arranhões da experiência. Mas às vezes é evidente demais.

O Sol se esconde rápido demais e parece levar com ele parte desses devaneios. Caio em mim e, pela primeira vez em muito tempo, essa solidão reflexiva que sempre me pareceu acolhedora por me proteger do caos incontrolável das imperfeições familiares teve um sabor de ser simplesmente... ...solidão, só.

Saudade.

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