Sunday, December 17, 2006

Buzinas Desintegradoras

Alguma vez você já esteve num trânsito completamente caótico e parado, onde mal e mal sobra espaço para as motos ensandecidas aventurarem-se por entre retrovisores a não mais que trinta quilômetros por hora (embora um ou outro Chuck Norris dos guidões consiga fazê-lo a sessenta enquanto concentra-se pacientemente em sua palavra cruzada sobre o tanque de gasolina...), e ouviu então aquele som inconfundível de um buzinasso ensandecido?

Pois bem, se achava que essa buzina significava "sai da frente" e não via o menor sentido nisso pois não havia absolutamente a menor possibilidade de alguém se mexer, saiba que não é nada disso.

O Blog do Axel, que irá concorrer ao prêmio de Melhor Blog de Informações Públicas Aeatórias assim que o prêmio for criado, esclarece o fenômeno aqui em primeira mão.

Tratam-se das buzinas desintegradoras. Sim, isso mesmo. Você aperta a buzina, e um som infernal e perfeitamente sintonizado para ressoar com a estrutura molecular do veículo adiante o desintegra, e então você pode avançar mais um espaço e repetir o processo. Mas, é claro, você nunca viu nenhum carro desintegrando porque moramos em um território de terceiro mundo, onde as únicas coisas globais que realmente funcionam são o aquecimento global, o analfabetismo, as novelas e a sempre saudável máfia asiática do que quer que seja.

Aliás, a DHT Inc® (Desintegrating-Horn Technologies) tem registrado um recorde de reclamações sobre o produto. Porém, como segundo os acordos internacionais as empresas estrangeiras não são obrigadas a oferecer um serviço de qualidade superior a aquele previamente existente no país, o departamento de Telemarketing da DHT não passa nenhuma das reclamações adiantes e ainda presenteia-nos com versões eletrônicas estragadas e monocromáticas de grandes clássicos da música. Aliás,
  • telemarketing
  • é feito para mesmo para enlouquecer.

    Bom, fica a dica desse mercado inexplorado: caso você descubra como concertar as buzinas desintegradoras importadas presentes em nosso trânsito, pode até pensar em algum lobby junto aos órgãos públicos para obrigar o concerto do equipamento durante o licenciamento dos veículos, não só monopolizando o mercado mas obrigando democraticamente que todos pagem pelo serviço.

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