Wednesday, August 16, 2006

O pior de mim...

Fico ponderando às vezes... No quanto as coisas nunca ditas podem se configurar como verdades intransponíveis ainda que nunca de fato venham a interagir com o mundo. Será? Esses abismos pessoais, o quão reais são? O quão mergulháveis? Quão perigosos?

"Quando se fecha em si, buscando sua realidade interior isolado do mundo, o que o indivíduo encontra? Nada. Descobre um verdadeiro vazio. Perde-se sem referência." Palavras de uma longínqua aula de Sociologia I. Na época eu era muito mais engenheiro do que sou hoje, e não entendi nada. Para mim era tudo conversa de humanista, "viagem" de palavras bonitas mas sem sentido prático. Engraçado é que hoje sou muito mais humanista do que jamais fui, ainda que com um restrito repertório de leituras por conta do tempo que preciso ficar calculando programando ou não-dormindo no curso de engenharia. Hoje eu aproveitaria muito mais uma aula do Prof. Glauco Arbix. Riria mais, é verdade, das metáforas sem fim que usavam, começando com risotos, tudo o que é tipo de comida. Mas as entenderia melhor, também.

Estou divagando. O post é para discutir um pouco do "pior de mim". Dessas manobras que fiz tendo como vítimas pessoas por quem cultivei ódio, desprezo e, por fim, pior de tudo, indiferença. A manobra em si foi uma catástrofe (ainda bem).

Mas a pergunta que fica boiando na minha cabeça é: o quanto eu me fiz pior com tudo isso? O quanto foi covardia? O quanto foi coragem?

Deveriam histórias assim nunca serem contadas, nem ao menos tangenciadas como as tangencio agora, ou deveriam ser um dia ditas completas e sem cortes a todos?

Pois às vezes sinto que de perto ninguém é plano. E que todo mundo tem seus infinitos inalcançáveis. Por que eu deveria me incomodar em não alcançar os meus?

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