Saturday, August 12, 2006

Considerações

Cada vez mais um aspecto do behaviorismo, ao menos, me parece mais e mais plausível: o que importa mesmo é a aparência externa das coisas. Universos internos, habitat teórico da verdadeira natureza e repositório de toda a ética que mereça ser chamada como tal, são intrinsicamente inacessíveis. Não que eu queira que seja assim, nem defenderia que este é o melhor dos mundos. Mas numa descrição muito objetiva das coisas que pude observar (nãoi me refiro apenas a ontem, não tomem o post abaixo como referência disto aqui!), venho concluindo com mais e mais força que o mundo é assim mesmo: uma interação fervilhante de aparências internas onde os universos internos pouco importam.

Tenho algumas dúvidas restando sobre esta constatação, mas talvez seja mais uma relutância consequente da minha pouquíssima simpatia pela tese que me vejo forçado a defender que uma real falta de base para sustentá-la. De tempos em tempos, quando se tem acesso a detalhes dos universos internos que se escondem por trás das histórias, gosto de compará-los ao que vai efetivamente ocorrendo na "vida lá fora".

É difícil não se flagrar consternado e perturbado diante das constatações de tão profundos contrastes.

E em determinados momentos em que a música permite, o horizonte vai longe e o vento é calmo sobre uma paisagem ao mesmo tempo caótica e serena, concluo que sou exatamente assim também, não importando o quão épicos são meus esforços para a construção de uma coerência impecável. Sinto-me por alguns instantes aliviado por saber que em mim, ao menos, há essa preocupação com a coerência, e já no instante seguinte torna-se tudo muito claro: de que isso importa, afinal?

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