Thursday, November 12, 2009

Sabedoria para a escrita

Poxa vida. Schopenhauer, com aquela cabelera toda, acabou me desapontando. Começa magistralmente bem seu "Sabedoria para a vida", ponderando sobre as diferenças. Depois... Bom, vai ver que eu é que não entendi a ironia. Ele começa o texto afirmando muito claramente como cada um é diferente e preso à própria natureza, imerso na própria realidade, e como essa não necessariamente apresenta uma conexão direta com o mundo. Mas segue definindo a felicidade de TODOS segundo a própria ótica de filósofo recluso sem amigos: a maior felicidade é a do intelecto, e quanto mais bem dotada é uma pessoa de atributos intelectuais mais e mais dispensáveis são as outras pessoas para a manifestação de sua felicidade.

Não seria mais interessante ele investigar as implicações dessas diferenças? Quais as conseqüências do fato de que uma pessoa pode encontrar a máxima felicidade justamente onde outra vê apenas aflições, e vice versa? Depois, não sei se o mundo era mais culto no tempo de Schopenhauer ou se ele tinha mesmo tão poucos amigos, mas como embasar essa idéia absurda de que os prazeres do intelecto são os prazeres máximos para TODAS as pessoas?! Eu, por exemplo, prefiro pizza.

1 comment:

Olga said...

Eh porque vc nunca provou os prazeres do intelecto. Pergunte para alguém inteligente.