http://www.swiss-jazz.ch/partitions-real-book.htm#real-book
Além do famoso “Real Book”, o site tem mais material para explorar também. Inclusive o “real book brasileiro” e outras. Vale explorar.
"笑いは重要です。" - Olga
http://www.swiss-jazz.ch/partitions-real-book.htm#real-book
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Ímpossível ouvir – e assistir – uma única vez:
Quando me aproximei para fazer esta série de fotos havia um grupo de pessoas no gramado, também assistindo aos golpes e pontapés e defesas, que claramente participava da mesma escola. Perguntei se haveria problema em fotografar.
- Por mim, chapa, tá assinado já! Mete bronca aí!
- Tá, mas será que eles não se importam?
Aí perguntamos à treinadora e ao aluno dela, no meio do treinamento, se eu poderia fazer algumas fotos. Fizeram um aceno afirmativo rápido com a cabeça e prosseguiram. Um dos outros alunos comentou, reforçando sua autorização anterior:
-Não falei que não tinha problema?
- É, falou… Mas olha, se vocês fossem um grupo reunido lendo poesia… acho que eu até chegava tirando foto direto. Mas neste caso aqui, melhor conferir bem, né?
Riram. E concordaram.
Li agora no muito bem escrito “Ruídos de Uma Câmara Escura”, de Guy Claxton:
Se você fosse um tunicado ou uma ascídia, por exemplo, teria optado por uma solução intermediária. O jovem tunicado é uma larva, semelhante a um girino, com um cérebro primitivo que pode ser informado a respeito dos acontecimentos por meio de um órgão de equilíbrio (tal como aquele que nós, humanos, temos no ouvido médio), e um olho simples. Ele é equipado para navegar por condições aquáticas variáveis enquanto se dedica ao processo de busca de uma moradia definitiva. Quando encontra o lar ideal, o tunicado se assenta de bom grado ali pelo resto da vida, transformando-se em uma planta mediante o simples recurso de comer seu cérebro, agora redundante. (Alguns sugeriram que esse comportamento é semelhante ao de professores universitários que finalmente conseguem um cargo como titular.)
(pág. 42)
… e continua:
Também podemos observar, para antecipar discussões posteriores, que a questão sobre o que fazer com um cérebro que evoluiu a um nível de poder desproporcional às condições atuais de sobrevivência – quando uma espécie descobre que, durante certo período, já ‘chegou lá’ – leva-nos à situação contemporânea do Homo sapiens. Comer um belo pedaço do cérebro parece ser uma solução para o problema que talvez devêssemos analisar.
Uma fazenda de soja e milho no meio do Maranhão. Estávamos lá com o avião, a trabalho. Dormindo nos alojamentos disponíveis e convivendo com os trabalhadores de lá. Por nossa necessidade providenciamos internet fazendo todo esforço possível. Utilizamos tratores para colocar as antenas nos postes. Finalmente o sinal de internet chegaria ali.
E de repente todos os funcionários saiam do refeitório, após a janta, com os smartphoones à mão. Aí um deles, tratorista, se aproximou do comandante do avião, justamente num dia de chuva em que a internet estava fora do ar:
- Rapáiz! Aquele vídi lá qui tu mi mostrô! Tu tem ele aí, tem?
-Tenho sim, tchê! Está aqui no meu celular...
-E tu passa ele pra mim, passa?
- Agora não dá, porque a internet está fora do ar!
- Oxe, afmaria! Sem internet tu num passa não?
O comandante, compadecido da transparente ignorância alheia, se pôs a explicar:
- Sem a internet não dá, porque eu não passo direto pro seu celular, entendeu? - e o tratorista olhando, admirado, e o comandante prosseguiu - O vídeo tem que sair do meu celular e ir para a internet, algum computador longe daqui, e depois da internet é que vai para o seu celular, entendeu agora?
- Ah rapá, mas é, é? Intendi foi sim...
E num breve período de silêncio o tratorista ficou ali. O comandante se admirando de todo o conhecimento que havia conseguido traduzir para aquele homem alheio aos conhecimentos das modernidades. Até que, um tanto quanto receoso, como quem insiste mais do que devia, o tratorista disse:
- Mas moço... e brututi, tu num tem, não?
- Brututi? Que isso? - assombrou-se o comandante.
- Brututi, daí tu mi passa sem as internet! Tu liga u teu daí que ligo meu daqui. Daí vai diretu dum pro otro!
E foi neste dia que o comandante aprendeu a usar o Bluetooth de seu celular.