Hoje não vejo mais um país como o Congo como algo muito diferente do resto do mundo; vejo apenas como um dos locais em que muitos dos problemas do mundo aparecem de forma mais exacerbada.
Muitos paralelos poderiam ser feitos, por exemplo, com o Brasil - outro país que só pode ser compreendido se entendermos as desigualdades extremas, suas causas e seus efeitos.
À parte o contraste entre milionários e pobres vivendo lado a lado, algo que me remete a São Paulo e a outros grandes centros do Brasil, ao final do documentário somos apresentados a Dominique Khonde, um auto-proclamado profeta iluminado que vende um suco milagreiro a milhões de pessoas. Ele diz que o suco pode curar de tudo, como câncer, aids, e pode inclusive trazer natimortos de volta à vida.
A composição do suco? Suco de limão, gasolina, e alguns outros ingredientes "iluminados". Uma garrafinha plástica de meio litro custa o equivalente a um terço do salário de boa parte da população...
Pode parecer algo exageradamente absurdo e sem sentido, mas o que eu posso falar disso se no meu país há um presidente que arrastou milhões a ignorarem vacinas e a confiarem em remédios que a ciência mostrou não terem eficácia nenhuma contra o covid?
Como eu disse acima... no fundo o Congo não é tão diferente do resto do mundo... é apenas uma versão um pouco mais exagerada do que também se manifesta em outros lugares.
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