Wednesday, May 14, 2008

Fuzzy history


Não ter carro tem mesmo suas vantagens. Acho que eu nunca li tanto na vida como nesses dias, isso contando só o que dá pra ler na estação de trem, no ponto do ônibus e no metrô. Não é pouco. Estou tão feliz com isso que passo a achar não só que essa cidade precisa de mais transporte, mas que precisa de MUITO mais transporte, de tal forma que estes nunca experimentem lotação significativa (ninguém em pé). Por que? Porque bem, aí poderíamos pensar em instalar mesas de leituras nos trens e metrô. Imagina? Fantástico! Seria possível não só ler algumas coisas, mas também sacar um caderninho e fazer ali mesmo algumas notas de leitura...

Resolvi continuar com a leitura do Fuzzy Thinking, o livro de Bart Kosko que apresenta essa coisa estranha e surpreendentemente compreensível que é a "lógica fuzzy". De início, a idéia parece ridículamente simples. Mas ao longo do livro vamos lembrando que uma idéia simples não pode ser subestimada. Afinal, não são justamente as idéias simples as que tendem a ser as mais poderosas? Um dos assombros da leitura de hoje tem justamente a ver com isso: como o teorema de pitágoras, que a gente aprende relativamente cedo e memoriza como uma simples regrinha matemática, está na verdade no coração de matemáticas muito mais avançadas, uma vez que é a base das definições de ortogonalidade, da desigualdade de Cauchy-Schwarz (lembra?), e assim por diante.

Tudo isso dito, e ainda não cheguei aonde queria. Todo engenheiro já teve contato com uma ferramenta matemática chamada método dos mínimos quadrados. É algo como uma acochambração de luxo e com firma reconhecida. Trata-se do seguinte: quando você faz várias medidas reais os números nunca são perfeitamente bem comportados, e se você quiser analisar a tendência global do que está medindo deverá fazer uma aproximação. O método dos mínimos quadrados é o que te dá a melhor aproximação segundo um critério bem objetivo: a distância da sua aproximação aos pontos medidos é a mínima. Maravilha. O interessante pra mim foi ver onde nasceu o método. Foi inventado por Gauss com um objetivo bem pitoresco: prever o retorno do cometa Halley. E o que isso tudo tem a ver com o papo anterior? Bem, está tudo no tal livro que estou lendo, que faz uma salada enorme de história da ciência, filosofia, lógica, tecnologia, filosofia oriental e ocidental e etc. Do jeito que eu gosto.

Vou deixar o site do autor do livro aqui, assim depois eu passo lá pra dar uma fussada. A única coisa que reparei até agora é que ele está mais gordo e cansado agora do que na capa do livro que tenho, que é de 1991 (17 anos atrás!)

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