Thursday, August 03, 2006

Energia sustentável

A história da energia estava lá nos rascunhos. Tinha até alguns parágrafos já. Mas de repente não fazia mais o menor sentido. Esse negócio de desenvolvimento sustentável, afinal, é assunto global. E se eu não tinha como falar da história dos outros países, nada de história do Brasil também. O artigo tinha que dar um tratamento homogêneo a todo mundo. Meia noite, faltavam 14 horas para a aula. E eu decido apagar tudo. Do princípio: Define sustentabilidade. Discute isso dentre os vários artigos e ainda coloco minha opinião. Duas da manhã. Legal, agora fala do Nepal, da Maláisia... Seis da manhã. Um breve cochilo. Seis e vinte da manhã. Escrevo o abstract e traduzo para o português (muito mais fácil que fazer o contrário). Nove da manhã: qual desses trinta gráficos sobre os EUA eu escolho? Minha cabeça não funciona mais. Não vai dar tempo de fazer o pdf. Nada de apresentação. Dez e meia da manhã. O Brasil ainda não está concluído! (não me diga....) Não vai dar tempo. Tudo bem... Vamos lá, coragem, coragem e paciência. Duas da tarde: medo! Os alunos eram... adultos, e bem adultos! Caras de empresários, professores, doutorandos... droga! E eu com meu *.doc cheio de "XXXXXXXXX" texto afora. Soa o gongo, ou melhor, a voz do professor:

"Vamos lá? Todos prontos para a aula do Alexandre?"

"Adriano, professor! Adriano! Quer dizer... a não ser que o Alexandre esteja para chegar..."

"Ai não, desculpe, Adriano! Adriano!... vamos lá... o que você trouxe aí?"

Tive que apelar. Trapacear. Usei os recursos mais baixos que existem quando se trata de interação com a platéia: espontaneidade e sinceridade total.

Estou devendo um horário na minha agenda para as próximas aulas agora.

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