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Contraste curioso, esse dos filósofos. Geralmente, pessoas tão pouco dadas ao trabalho manual mas que, ainda assim, alteram tanta coisa no mundo! Por conta de suas mentes inquetas, impactam sociedades e eras, transformam a humanidade. Mas quantos filósofos têm o privilégio de manter suas mentes inquietas mesmo depois da própria morte? Jeremy Bentham resolveu não arriscar, e deixou instruções precisas no testamento.
Pediu que o corpo fosse preservado e colocado numa caixa denominada "Auto-icon". Sua mente, ou melhor, sua cabeça, permaneceu inquieta, não exatamente no mais filosófico dos sentidos... Deteriorada por conta do processo de presernvação empregado, a cabeça acabou caindo do corpo. Foi então substituída por uma cabeça de cera, mais apresentável. Porém a cabeça original permaneceu aos pés de Bentham, para exposição, no prédio principal da universidade de Londres. Porém inúmeras vezes a cabeça foi o alvo preferido de alunos que sumiam com ela por uns tempos. Fico imaginando se eles tinham por lá uma lista como a da caça ao tesouro da Poli...
Satisfeito com tamanha bizarrice? Não se dê por vencido... O melhor, ao meu ver, vem agora: não contentes em manter o corpo de Bentham em exposição para o público, durante as celebrações do 100º e do 150º aniversário da universidade, o corpo de Bentham foi levado para as reuniões dos dirigentes da instituição. Nos autos ele consta como "presente, mas não votante".
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