Tuesday, January 11, 2011



A carona de repente não vai até a porta de casa. Vai só até aquela avenida, logo ali. Ponto de ônibus. É subir nos banquinhos. Não para ter uma visão melhor dos ônibus que chegam mas sim para tentar me molhar menos quando os carros passarem jogando água. Um palmo de água sobre o asfalto, talvez mais. Um ônibus se aproxima. Não sei qual é, mais sei que serve. Só quero sair dali. Vidros embaçados, mas me assombro mesmo assim: conforme o ônibus anda, duas paredes de água se erguem aos lados, como uma lancha em alta velocidade. Peço uma ajuda ao motorista:

- Oi! O senhor poderia me avisar no último ponto ali antes da avenida Jaguaré?

- Ixe, ali é meio escuro, do jeito que tá, não sei se dá pra ver direito!

É isso aí, o motorista não sabia direito onde estávamos. Refiz os planos:

- Então daqui a uns minutos, pode me deixar onde estiver mais raso?

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