Li agora no muito bem escrito “Ruídos de Uma Câmara Escura”, de Guy Claxton:
Se você fosse um tunicado ou uma ascídia, por exemplo, teria optado por uma solução intermediária. O jovem tunicado é uma larva, semelhante a um girino, com um cérebro primitivo que pode ser informado a respeito dos acontecimentos por meio de um órgão de equilíbrio (tal como aquele que nós, humanos, temos no ouvido médio), e um olho simples. Ele é equipado para navegar por condições aquáticas variáveis enquanto se dedica ao processo de busca de uma moradia definitiva. Quando encontra o lar ideal, o tunicado se assenta de bom grado ali pelo resto da vida, transformando-se em uma planta mediante o simples recurso de comer seu cérebro, agora redundante. (Alguns sugeriram que esse comportamento é semelhante ao de professores universitários que finalmente conseguem um cargo como titular.)
(pág. 42)
… e continua:
Também podemos observar, para antecipar discussões posteriores, que a questão sobre o que fazer com um cérebro que evoluiu a um nível de poder desproporcional às condições atuais de sobrevivência – quando uma espécie descobre que, durante certo período, já ‘chegou lá’ – leva-nos à situação contemporânea do Homo sapiens. Comer um belo pedaço do cérebro parece ser uma solução para o problema que talvez devêssemos analisar.
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