Cai a chuva e a cidade pára. E as pessoas nos ônibus, nos carros, se desesperam. Os semáforos apagam, ou melhor, ficam piscando um amarelo sarcástico e debochado. Buzinas ressoam e eu até hoje não entendo o que pretendem com isso. O carro da frente não vai instantaneamente desaparecer por conta da buzina. Nem tão pouco se deve o trânsito gigante a alguma desatenção no camarada logo ali na frente, de modo que não será a buzina que fará alguém pensar "puxa, é mesmo, já posso andar!", e então salvará o trânsito. Ah, mas as pessoas buzinam para relaxar, desestressar. Até acredito na teoria, mas o que eu tenho a ver com isso? Por isso proponho que existam duas buzinas nos carros. Uma útil, para reais emergências e afins, e outra para alívio psicológico. Esta segunda toca para dentro do carro, e não pra fora. Aí o sujeito imerge num barulhão e, tomara, fica um pouquinho mais calmo.
Agora, que fique claro, esta não é a única forma de combater a insandice que é a vida no trânsito das chuvas. Ontem levei uma hora e meia, dentro do ônibus, para ir do IPT até a ponte Cidade Jardim. E o trânsito completamente parado. Completamente. Eis que algumas pessoas no ônibus se animaram e, a despeito da chuva, optaram pela caminhada. Fui junto. Uma estudante de teatro, um recém chegado de Americana que está impressionado com São Paulo, estudando administração por aqui... A única coisa que tínhamos em comum era essa opinião de que uma conversa inusitada com desconhecidos animados debaixo de uma forte chuva devia ser algo mais legal do que ficar no ônibus vendo as caras mal humoradas de trabalhadores enlatados resignados.
Por mim, podia cair outro toró hoje de novo!
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2 comments:
Vamos fazer uma campanha para colocarem umas revistas e jornais no onibus... e esporadicamente convidarem palestrantes.. :p
Pelamordedeus, sem chuva hoje!
Eu não tenho o dom de papear com estranhos debaixo d'água!
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