Todos sabem que advogados e economistas têm um vocabulário todo próprio e inacessível aos leigos. Até aí, nenhum problema, pois toda especialidade acadêmica costuma criar seu léxico próprio em cativeiro promovendo uma especiação acelerada.
Acontece que nessas duas áreas citadas é comum a intromissão dos não-iniciados em qualquer discussão (talvez devêssemos também incluir aqui também a medicina). Talvez por isso mesmo a insistência no uso acentuado da linguagem técnica ocorra nessas áreas, como uma forma de fechar o grupo contra intromissões externas que poderiam causar um ruído inadequado.
Uma das idéias que está por trás dessa especulação é a de que um grupo, para ser estável, precisa ser o agente principal de sua plasticidade. Da mesma forma que um organismo precisa ser o agente principal de suas alterações como resposta às mudanças do ambiente, também os grupos sociais precisam fazer surgir de seu interior as adaptações necessárias. Caso o grupo seja aberto demais, poderia progressivamente ligar-se a outros pólos formadores de opinião ou geradores de inconsistências até perder sua estabilidade temporal.
2 comments:
Sou estudante de geografia e gostei muito do seu texto sobre sociedade. Concordo com a parte das adaptações necessárias.
O mundo está de tal modo dinamizado que eu vejo que é realmente complicado uma sociedade manter sua estabilidade temporal.
Todo grupo social cria um código acessivel apenas a seus membros. Este serve como forma de mútuo reconhecimento. Minha área, a pedagogia, também está cheia desses jagões, mas confesso que os acho muito antipáticos!
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