O semáforo se fecha.
- Ô tio, leva um chiclete aí?!
A cabeça dentro do carro acena que não.
Segue o menino adiante.
A cabeça dentro do carro observa pelo retrovisor.
O menino volta.
- Ô garoto!
- Vai levá um?
- Me diga, você estuda?
- Estudo, tô na sexta série.
- E mora aonde?
- Lá pro lado de Guaianazes...
- É bem longe... Então, e o que você quer ser quando crescer?
- Eu queria ser bombeiro.
- Então promete pra mim que vai estudar sempre e não vai desistir? Se vocâ não desistir, vai conseguir ser bombeiro, garanto!
E a mão se estende janela afora com um real.
- Prometo. Toma.
Entrega-se a caixa de chiclete.
- Não vou levar o chiclete não, pode ficar.
Esta cidade apresenta um ótimo custo de vida. Compra-se nas ruas, por um real, paz de espírito e uma alforria da realidade.
Thursday, September 14, 2006
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