Thursday, December 27, 2007
Feliz 2008
Tuesday, December 25, 2007
Física social
Chuva de natal
Solidão
Saturday, December 22, 2007
Presença de espírito
Friday, December 21, 2007
Muita sede
Tuesday, December 11, 2007
Tô orgulhoso
Saturday, December 08, 2007
Happiness
Tempos modernos
Denominador comum
Friday, December 07, 2007
Desafio
Profissional
Prazer
Wednesday, December 05, 2007
Intermarine
Monday, December 03, 2007
A doida do metrô
Sentou-se ao meu lado. Cabelos loiros, compridos. Vestes quase hippies. Aparentando algo como cinqüenta e cinco anos de idade, talvez um pouco mais. Abriu um grande livro. Capa azul. Capa dura. É da coleção Os pensadores, disse a mim mesmo.
Eu iria descer na Luz, faltavam apenas três estações. E então pensei: "faço contato ou não? ah, que mal pode haver? sempre surgem conversas interessantes nessas situações...". E lá fui eu:
- Olá! Desculpe a intromissão, mas está lendo por interesse próprio ou para algum curso?
- Na verdade estou lendo para meu curso de parapsicologia, mas não está tão interessante não... Eu queria mais é atingir meu ritual em breve.
- Ritual?
- É... desde pequena tenho essas visões, sabe? Escuto a música... Não é sempre não, às vezes... Então eu sei do ritual e queria muito poder experimentá-lo....
Eu acabei não descendo na Luz. Desci na Tiradentes e deixei a conversa se extender por mais meia hora ainda.
Resumindo muito: ela é viúva. Tem filhos. Começou cinco faculdades (enfermagem, odontologia, ciências sociais, psicologia e uma outra que não lembro), mas não terminou nenhuma. Ficou em um manicômio um tempo no início dos anos noventa, por insistência do marido. Viu a companheira de quarto enforcar-se. Está atualmente fazendo um curso de parapsicologia e o padre que ministra o curso insiste que ela tenha o acompanhamento de um psiquiatra. Ela está apaixonada pelo padre e está triste porque ele não lê os textos que ela entrega, não se mostra profundamente interessado. Ela fala deste ritual, que vê desde pequena... É, o sonho dela é deitar numa mesa com um monte de gente em volta e deixar que alguém tire seu coração do peito com uma faca, literalmente, porque ela já viveu tudo nessa vida e a existência lhe é um peso muito grande. Ela tem certeza de que o padre sabe do ritual mas está escondendo dela. Ela queria assistir algumas sessões e depois se ofertar... Ela me explicou coisas sobre Jesus também, que "com certeza" participava desses rituais porque não admitiria a putrefação do corpo. Veja só... Ah, a mãe dela foi excomungada, sei lá porque. E ela disse também que era filha de mãe virgem, e que também por isso deveria ser ofertada aos céus, não era justo deixar sua vida se consumir sem sentido depois de tantos anos ajudando os outros. É, parece que ela trabalhou boa parte da vida em hospitais e etc...
Depois de uns vinte trens perdidos, levantei-me declarando estar atrasado, disse para ela esquecer o padre por quem está apaixonada e ir para Israel com a filha (que está indo pra lá e a está convidando). Entrei no vagão com a porta já fechando.
E eu só queria conversar umas três ou quatro coisinhas sobre Voltaire, talvez nem tanto...
Sunday, December 02, 2007
Finalmente...
Tuesday, November 27, 2007
Monday, November 12, 2007
Mosaico
A proximidade excessiva distorce a verdadeira proporção entre os elementos, fazendo com que um se destaque sobre os outros de forma indevida, e daí resulte um desequilíbrio.
A distância excessiva promove a dor da comoção ante a contemplação da arte, da intangibilidade de seus atributos inalcançáveis.
Toda prufundidade de significado repousa sobre o equilíbrio delicado entre as cores, entre a luz e a escuridão, entre o contorno suave e a aresta.
Em um mosaico, nada faz sentido isoladamente. Quando se olha obstinadamente um único elemento do mosaico, cedendo aos vícios de seus encantos, perde-se a sensação do sentido maior e toma-se pelo desespero visceral de uma vida que se pensa sem sentido. Encanta-se pela complexidade do passo, mas é preciso ver a coreografia também.
Um mosaico deve ser apreciado da forma correta. Assim como a natureza emerge do vulcão e da brisa, da areia e da onda, para dar à vida toda sua amplitude de existência, que vai da caçada mais cruel ao milagre de um ninho, um belo mosaico é feito de pequenos elementos de contrastes extremos, que em seu conjunto proporcionam um resultado não encontrado em nenhum outro lugar do universo.
Saturday, November 10, 2007
A little matter of irony
Is it all about irony? Two days ago I wrote this bizarre and untippical tale that started with a car accident. And now you guess what just happend! Wow, that wasn't a hard thing to guess, was it?
I had stopped on the red traffic light. I looked on the mirror and saw a car comming right toward me, and the driver was just... looking to his right to something more interesting than the stopped car (me!) in front of him! I tryied to get away from there but there were people crossing the street ahead so there was not much room for any saving maneuver...
It was not a serious crash actualy and only the painting was a little bit damaged.
What's the irony, after all? That I had a little car accident two days after writing about one, or that I only get involved in some problem with my car when I'm sober? May be I shouldn't be writing these questions in order to leave no room for future ironies...
Friday, November 09, 2007
...com moderação, com moderação!
Exorcismo
É uma sensação estranha, às vezes deixo o peso apoiado contra um poste indiferente, às vezes continuo andando sem entender o que é o caminho. Parei em frente a um puteiro. Entrei e procurei por uma loira que prestasse. É claro que ela olhou-me com uma repulsa medonha, dado meu estado e a palidez semi-morta de meu rosto. Por isso paguei o triplo do normal, e apenas para que ela deitar-se ao meu lado num abraço forte e dizer, beijando meu ouvido, que seria minha pela vida inteira. Coloquei o último centavo do aporte combinado em seu decote e disse a ela que a vida tinha acabando ali, e que estava extremamente agradecido pelos serviços prestados. E estava contente por o dinheiro permitir que nenhum interesse egoísta precisasse se camuflar ali em alguma falsa nobreza admirável. Senti uma dor enorme quando ela tirou sua coxa de cima de meu corpo, talvez meu fêmur direito estivesse levemente rachado. Estava quinhentos e oitenta reais mais pobre e dois litros mais pálido.
Depois de muitas cenas turvas e sensações estranhas, tive a impressão de estar diante de minha própria casa e deixei-me levar até a porta. Entrei. Havia uma garrava de wisky num dos armários da estante. Joguei longe a tampa e bebi com a garrafa virada na vertical sobre minha boca, deixando o álcool entrar por minha garganta e escorrer por sobre meu corpo. Não sei o que era mais prazeroso, se a sensação entorpecente que rapidamente tomava conta de meus músculos e de minha razão, ou se a dor produzida pelo álcool lavando a ferrugem de meus ferimentos sob o tecido estraçalhado de minhas roupas.
Joguei a garrafa sobre fotos que haviam numa prateleira. Ouvi o estilhaçar dos vidros da garrafa e das molduras. Talvez eu tenha tido a impressão de que as fotos amassadas, caídas no chão, também tinham prazer em compartilhar aquele resto de álcool. Olhavam em meus olhos agradecidas. Arrastei meus restos até o quarto. Abri a porta, cospi sangue sobre o carpete do corredor. O diabo estava deitado em minha cama, olhando para o teto. Seu corpo era grande e sólido, avermelhado tal qual o meu estava naquele momento ao redor dos ferimentos. Havia músculos por toda a parte resguardando uma força extrema. Diversas veias saltavam ou se recolhiam sob sua pele grossa num ritmo muito mais rápido que o de uma respiração normal, mas seu peito não se movia ao sabor de respiração alguma.
Ignorei a origem da carne carbonizada que aquecia o chão do recinto por todas as partes, apenas deixei que o cheiro envenasse meu olfato pouco a pouco, sem resistir... Subi na cama, em pé em uma das beiradas. Olhei aquele demônio nos olhos. Coloquei um pé de cada lado de sua cintura. Ajoelhei, um joelho de cada lado de seu tórax imenso. Beijei sua testa. Deixei escorregar a ponta dos dedos de suas orelhas aos seus lábios, tocando nos dentes, na gengiva. E então enfiei cada um de meus dedos indicadores em um de seus globos oculares, sentindo ora meus dedos queimarem ardentemente, ora congelarem a ponto de tornarem-se quebradiços. Ele não resistiu. Eu tocava o fundo de seu crânio com os dedos, por dentro. Era duro, frio e áspero. A Lua caiu sobre um estado vizinho e destroços voaram sobre minha casa, destruindo a janela, a cortina, a parede e o teto. Quanto mais eu empurrava seus miolos para fora de seu crânio, tentando retirar a força toda a existência errada dali, mais estrelas caiam do céu.
Olhei para seu rosto, para o sorriso plastificado que parecia homenagear com prazer todo esse festival de dor, e retirei meus dedos. De repente, essa sensação que ali eu experimentava era completamente nova, não tão simples de descrever quanto as do álcool ou da dor, que todos afinal já conhecem e dispensam maiores apresentações. Ao mesmo tempo que não era exagerada, era presente em cada poro agonizante de meu corpo. Saí de cima daquele demônio. Procurei pelos escombros da casa, em meio a toda a poeira que caia de um céu escuro, sem lua, pelos restos de meu guarda-roupa. Tomei em minhas mãos o maior cobertor que encontrei e talvez nesse momento um de meus dedos tenha caído, ou pelos ferimentos do acidente ou pelas condições extremas daquela besta que apalpara. Caminhei com o cobertor de volta à cama.
Ele ainda estava ali, mas não sorria mais como antes. Eu o cobri dos pés até o pescoço. Sentei-me ao chão, segurando uma de suas mãos entre as minhas, e comecei a cantar, baixinho. Músicas lentas, em notas alongadas. Leves. Havia um voto de bons sonhos em cada nota, e vez ou outra algo dentre os escombros ressoava junto à melodia. Seu rosto havia se tornado inexpressivo, porém sua respiração era forte agora. Um dos olhos que eu arrancara me olhava com ódio por debaixo de uma gaveta e algumas telhas, não muito longe dali. O outro eu nunca encontrei. Levantei-me, ajeitei a coberta e deitei ao seu lado. Abracei-o e acariciei seu rosto. Falei baixinho que eram erradas aquelas coisas todas, mas que eu estava contente por ele estar ali e permitir que eu mandasse ao inferno todas as minhas curiosidades indevidas sobre sua existência. Pedi desculpas pela bagunça da casa e ajeitei o travesseiro. Cantarolei alguma outra coisa até adormecermos.
Acordei com a luz do sol forte em minha cara, impossibilitando a distinção de qualquer vulto que eu flagrasse com esforço. Alguém pulou em cima de mim. Era minha mulher, sentada sobre minha barriga e batendo em meu rosto com um travesseiro. Dizia que eu era um vagabundo preguiçoso, e ria... Escorregou um beijo dos meus lábios até meus ouvidos e pediu que eu acordasse pra dividir o dia com ela. Saí da cama sentindo meu corpo abusrdamente dolorido, e fui chamado de velhaco falido logo nas primeiras tentativas frustradas de alongamento. Ela disse que já estava tudo pronto e conduziu-me até a sala, como se eu estivesse incapacitado de acreditar no caminho. Sobre o sofá, duas pequenas mochilas coloridas. À mesa, meus dois pequenos filhos terminando um café e disputando o mais novo brinde do cereal. Correram para me abraçar quase me levando ao chão. Sobre a estante, fotos de nossa família desde o casamento até esses dias. Fotos de viagens em lugares bonitos, e com caretas flagradas quase a contragosto. Pegaram a mochila, abriram a porta e esperaram minha companhia. Íamos caminhando pela calçada até a escola, a rua limpa, tranquila, arborizada e ensolarada. Um de cada lado de mim, conversavam entre si.
- Você viu que o Douglas disse que são feitos exorcismos de verdade naquela igrejinha, à noite?
- É tudo mentira dele!
- Ah, você tá com medo só, tá com medo de ir lá e ver um demônio saindo no meio do exorcismo.
- Não tô com medo não! Mentira sua!
- Pai, existem demônios?
Apertei suas pequenas mãos inocentes dentro das minhas.
- Talvez tenham existido, filho. Mas não mais. Não mais...
Thursday, November 08, 2007
Planos futuros
E no entanto eu gosto de olhar a vida de perto. Gosto de olhar a minha de longe e entender o que faz e o que não faz sentido, sem tomar muito partido nas minhas próprias questões.
Sei que vou colocar todos os meus princípios em xeque de novo, estou à beira disso. Estou à beira de tentar não ser eu mesmo por um tempo pra ver se melhora.
E no entanto tenho um certo orgulho de mim. É tanta mistura. É tudo ao mesmo tempo.
E há um lado feliz. Quem entende? Às vezes eu só queria ser menos razoável e pronto.
É tudo ao mesmo tempo, é meio estranho, é bem estranho...
E os meus segredos? Foi certo guardá-los?
E meus planos nunca realizados...? Foi uma fraqueza não executá-los ou foi sábio conter impulsos que cultivariam a extensão de uma artificialidade duvidosa?
É tudo tão estranho e tão ao mesmo tempo... é claro que não vou dormir agora...
Ao menos, se eu souber dar um jeito nos meus vícios de linguagem e tiver competência para enriquecer minhas frases pálidas, um dia esse conjunto todo pode dar um bom enredo...
Wednesday, November 07, 2007
Direto ao ponto
Brian L. Silver, em A Escalada da Ciência, ed. da UFSC
Tuesday, November 06, 2007
Inspirador
Wednesday, October 31, 2007
To change it
Fundamental
Wednesday, October 24, 2007
Eu
Monday, October 22, 2007
A engenharia necessária
A engenharia sonha sonhos que acontecem.
Considerações indevidas no meio da insônia
Era só nisso que eu pensava, enquanto dizia coisas bobas e observava em meus braços aquelas mãos pequenas, aquele olhar curioso.
Sei que a pergunta não é correta, e que não é justo hoje que eu use isso contra ele da forma que for, mas como pôde? Assim como eu olhava agora esta pequena inocência que mal preenchia um de meus braços, segurava sua cabeça com cuidado para ela poder olhar os vários coloridos da casa, da mesma forma ele tivera cada um de nós três em seus braços um dia. Cantava para que dormíssemos, sei que fazia isso.
São os pensamentos errados, eu sei. Eu deveria ser mais responsável com as liberdades que dou à minha mente.
Como pôde?
Não é revolta, é espanto. E não é contra ele. Não é contra o mundo. É espanto com meus erros de julgamento. Eu não sei ainda qual é esse erro, exatamente. Acredito que amor verdadeiro é algo forte demais, que se for verdadeiro então arrancará forças sei lá de onde para combater os desafios que as incoerências da vida oferece. Será? Será mesmo? E, se for, existe alguém por acaso que ama assim?
E ela ali, em meus braços, tão pequena, tão alheia a tudo isso. Indefesa. Um dia vai crescer, vai se tornar uma pessoa forte, tenho certeza... Mas será que só por isso, por essa mudança, esse tipo especial de carinho que nos faz sentir some também?
Como pode?
Acredito que o amor é qualquer coisa que transpõe o instante presente e constrói em torno de si um algo qualquer que é inquebrável. Mais que isso: que não aceita a própria destruição, que se reconstrói sabe-se lá como cada vez que estilhaçado. Que é sincero, mas sincero de uma verdade além das aparências. Sincero pra dentro também.
Acredito em coisas demais. O que há de errado em ser simplesmente empirista e tomar o mundo apenas pelo que ele se mostra ser? São tantos os exemplos, tantas insistentes vezes em que as coisas se provam voláteis, desmancham à primeira brisa.
Um castelo de areia na praia pode ser toda a poesia do mundo, o milagre da existência e tudo o mais... Mas e quanto a poesia das ondas? As ondas existem também...
Talvez eu seja carente demais ao acreditar que é certa a Devoção louca que enforca o Egoísmo e o deixa imóvel em algum porão escuro. Talvez eu seja simplesmente um cego que não vê nem a verdade do mundo, nem a verdade em mim. Talvez eu seja apenas muito pouco prático para criar as coisas que sonho. Esmero excessivo. Talvez eu apenas tenha um estúpido medo traumático de todos os indícios da verdade de que o amor acaba, e é assim que é. Talvez eu esteja tentando me convencer a não ser mais apenas o melhor de mim porque o mundo é sempre o bom e o ruim também, nunca só uma coisa. Talvez eu só queira amar menos pra fora, porque esquecer de si é uma poesia comovente de ler mas impossível descrever.
Como pode?
Saturday, October 13, 2007
Choice limit
Excepcional
"Ela disse que eu podia me sentar no sofá se quisesse, mas eu falei que não acreditava em couro e fiquei em pé."
Wednesday, October 10, 2007
O mundo é bom
Um brinde à perfeição
Tuesday, October 02, 2007
Otimismo realista e bem informado
Manuel Castells, na introdução do segundo volume da épica tríade "A Era da Informação".
467
Nietzsche, claro.
Poucas linhas que pensam tanta coisa sobre política e sobre a alma humana....
E vai saber onde é que o bigodudo andava indo almoçar nesses tempos, não é?
Thursday, September 27, 2007
Notas sobre coerção
O Esperâncio!
Eu tinha esquecido do Esperâncio... Lembrei dele hoje, fussando nas minhas coisas velhas. O texto completo está aqui. Ah, o Esperâncio e sua busca por um mundo melhor... Não quero ser o Esperâncio...
Quanta cerveja é consumida no Brasil por ano?
Bom... há quem encha a cara por aí e há os abstêmios... Os mais breacos que conheci virariam cinco garrafas, mais talvez (nunca os vi tomando só cerveja né... sempre tinha outros alcoólicos para dividir a resistência). Mas não fazem isso todo dia. Então para os breacos, uma média de 1 garrafa por dia já parece muito. E mesmo aos mais bebuns a vida se encarrega de providenciar uma sobriedade minimamente sazonal. Na média, então, consideremos 0,5 garrafa por dia, por pessoa. Mas a população é composta por diversas faixas etárias e por dois sexos de tendências razoavelmente distintas. Supondo que os muito velhos ou muito novos para o prazer do álcool perfaçam 35% da população (30 me soa pouco, e 40 me parece muito), temos então 0,65*0,5, ou seja, 0,325 garrafa por dia, por pessoa. Com 190 milhões de brasileiros por aí, e 365 dias num ano, temos um chute de 190e6*365*0,325, o que resulta em 2538750000 de garrafas por ano. Como cada garrafa contém 600 mL, nossa estimativa resulta num consumo anual de 13,5 bilhões de litros por ano. Segundo um documento do BNDES que pesquisei , o número correto está na média de 8,3 bilhões de litros anuais. Agora não sei se exagerei na sede do pessoal ou errei na correção da faixa etária.
Seqüência de Fibonacci
1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, ...
Qual é o próximo número? Muito bem, é 35... A seqüência determina um novo número sempre pela soma dos dois números anteriores, não é? Muito simples, babaca, sem graça... Fui então fussar no termo geral para essa série, e uma coisa curiosíssima aconteceu. Veja:
Suponha que o primeiro número da série é N(1) valendo A, e o segundo número seja N(2) valendo B... Então:
N(1) = A
N(2) = B
N(3) = A + B
N(4) = A + 2B
N(5) = 2A + 3B
N(6) = 3A + 5B
N(7) = 5A + 8B
N(8) = 8A + 13B
Percebe o que está acontecendo? Na busca pelo termo geral, a própria série volta a se repetir!!! Um termo geral para esta série precisaria.... da própria expressão para o termo geral, é um problema circular, não tem fim! Fiquei curioso com isso e triste com minha incompetência matemática. Mas então percebi que eu não precisava ficar tão triste assim. Veja só:
"The Fibonacci Series is a sequence of numbers first created by Leonardo Fibonacci (fi-bo-na-chee) in 1202. It is a deceptively simple series, but its ramifications and applications are nearly limitless. It has fascinated and perplexed mathematicians for over 700 years, and nearly everyone who has worked with it has added a new piece to the Fibonacci puzzle, a new tidbit of information about the series and how it works. Fibonacci mathematics is a constantly expanding branch of number theory, with more and more people being drawn into the complex subtleties of Fibonacci's legacy."
Mais informações e curiosidades sobre a série podem ser encontradas neste site , além de inúmeros outros que você pode encontrar em qualquer buscador.
Saturday, September 22, 2007
Bêbado de sono...
Fomos voar hoje com o avião da competição. O avião foi desmontado e dividido em três carros. Na marginal, já quase na Dutra, bateram em um dos carros, o do Guilherme.
Foram fazer B.O. em alguma delegacia. Depois, carro batido e tudo, levaram as asas... Passamos a tarde montando o avião. E, por fim, o vôo foi um sucesso. Apenas um vôo, mas um vôo perfeito.
Semana passada pensei em sair da aula de zouk e afins. Eu estava lá, vendo as pessoas dançando, ouvindo aquela música, e só me deixando consumir pelos pensamentos errados e pelo lado impertinente de sentimentos enterrados a contra-gosto. Bobagem. Cortar grandes coisas boas da vida pelo incômodo desta ou daquela fatalidade é isso: bobagem. Continuei nas aulas e são sempre histórias boas! Até arrastei outras pessoas, devidamente animadas, pra participar também... Cabe só a mim decidir se serei feliz ou triste com as histórias que a vida vai montando.
Virei uma madrugada cuidando do projeto de formatura.... isso acabou com minha sexta-feira. Não sei mais virar madrugadas em claro, ou bancar o aluno que copia matéria em sala de aula e faz perguntas... Mas o trabalho foi entregue, bem feito. É o que importa.
O Oscar é um cão gente boa, gosto dele.
Traditional Jazz Band. Nesta sexta o Cidão deu um show à parte, embora todos estivessem, como sempre, impecáveis. E, se querem saber, a música a gente já sabe que é boa mesmo... O legal dessa vez é que vieram boas piadas também.... E a presença do Gutobat, do Mala e do Paulinho só contribuiram para melhorar as risadas!
Achei que seria assaltado. Eu andava pela calçada da pista local da marginal pinheiros... Ele atravessou a rua na frente dos carros, pulou o "guardirreio" e estendeu a mão pra mim. Estava bêbado. Foi andando comigo e dizendo que eu iria ajudá-lo. Avisou inúmeras vezes que não iria me assaltar. Não gosto de bêbados que acham importante ressaltar que não é um assalto... Por que eu deveria estar com medo de um assalto? Lá pelas tantas, ele mandou que eu andasse mais devagar.... "Por que a pressa?" Então, estou atrasado... Meus amigos me esperavam às 19 e já são 19:10.... "Ahhhhhhnnn.... precisa correr então... vamos correr"? E ele quis sair correndo... Não! Você, bêbado assim, vai se estourar no chão se tentar correr... "Bêbado corre melhor, sabia?" Sei... Sei... O inusitado transeunte acompanhou-me até dentro do shopping Villa-Lobos. Não me assaltou. Eu não sei em que diabos ajudei ele se é que ajudei. Mas ele contou metade da história da vida dele pra mim e, à parte essa última garrafa de vodka, até que era interessante!
Andar a pé cansa, demora, não permite levar muitas coisas e te faz uma presa fácil dos caprichos meteorológicos. Mas faz bem, afinal... Você repara muito mais nas coisas que existem no caminho. E descobre que mesmo perto de casa há coisas surpreendentes das quais você nem havia se dado conta!
Pois é... nem comecei a falar dos últimos dias ainda... As lições das histórias alheias e das minhas histórias, detalhes dos trabalhos, resumos das coisas legais que li, devaneios dos mais variados que esquematizei desta ou daquela forma, cenas que observei nas minhas andanças por aí, reflexões sobre mil coisas.... Minha vontade desesperada de descobrir como fazer as pessoas felizes e minhas reflexões sobre as impossibilidades ou impertinências deste anseio em algumas situações..... Mas, como disse... o sono me consome. Vou desmaiar um pouco. Amanhã tem mais disso: vida.
Friday, September 21, 2007
contraste...
Wednesday, September 19, 2007
Sunday, September 16, 2007
Flashes rápidos
"Peut être que oui, peut être que non" - e lá vou eu aprendendo mais uma, oui oui....
Tuesday, September 11, 2007
As pessoas ao nosso redor
Eu estaria louco não fossem todas essas pessoas preciosíssimas por perto se dispondo a dividir este e aquele detalhe e permitindo que o todo, de um jeito ou de outro, comece a formar algum sentido...
Momentos
- já pensou em mil palavras e acabou sem dizer nenhuma?
- alguma vez já pensou que estava sentindo algo que não queria estar sentindo? e viu que estava mesmo?
- já se confundiu sobre se queria mesmo sentir o que sentia ou se apenas sentia não querer se sentir assim?
- já ficou duas horas para escrever um postzinho ridículo num blog empoeirado e não dizer absolutamente nada?
- algumas vez já... já.... deixa pra lá.
Sunday, September 09, 2007
É no Villa!
Que outro evento poderia inaugurar o tag "Agenda Cultural" neste blog com mais estilo?
Nesta sexta, 14/set, nos encontraremos às 19hrs no shopping Villa-Lobos para assistir, às 20hrs, a excelente Traditional Jazz Band . O show será na Livraria Cultura, e custará apenas um quilo de alimento. Imperdível!
Friday, September 07, 2007
Um conto breve com metáforas
Thursday, September 06, 2007
Em tempo...
Quem não sabia do que se tratava e viu que a primeira apresentação seria de um tal de "Papa Grows Funk" se assustou. Mas não, não tinha nada a ver com o funk carioca. Com um som de qualidade e amigos sempre de alto astral, a tarde foi perfeita. Outro nome que animou a pequena multidão foi Erica Falls. Fomos embora antes da apresentação de Chubby Carrier, mas acho que o melhor, aproveitamos. As risadas todas, vindas de mil pequenas histórias e tiradinhas, são irreproduzíveis. Mas quem foi sabe o quanto valeu!
Resumos pontuais não necessariamente conexos
- Acho que nunca fui tão longe.
- Chega de liminares, cortaram a árvore.
- Sinal verde para o projeto de Controle. Com financiamento!
- Paz de espírito é uma coisa pra lá de importante.
- Saiba entender o que você sente.
- Sempre checar o nível do óleo do carro.
- Ninguém tem a obrigação de sentir o que não sente.
- Sketch do dia: "Vamos invadir a Reitoria de novo!!!!! ..... ... ... .... .. Brincadeira!!!!" - quero um blindado com microfone pra mim, que divertido!
- O Relógio está fechado, não se sobe mais lá.
Wednesday, September 05, 2007
Tragédia anunciada
Hoje acordei anormalmente adulto. Adulto e violento. Estuprei meus sonhos antigos e os atirei, inférteis, à sarjeta. Não posso evitar. Nesta noite acontecerá uma chacina. Matarei diversos eus. Não há mais espaço, em mim, para sonhos infinitos que nunca são. Sei que vou chorar cada morte de mim, mas será apenas até morrer também este eu fresco que chora cinematograficamente por qualquer tragédia mal enunciada. Uns poucos sobreviverão para ocupar um mundo interno agora sem este ruído sem fim que em nada se concentra. Tiveram chances demais, todos eles, não é mesmo? Que exagero desmedido... Sei que eles não vão sumir. Todo ano, em alguma noite escura de lua cheia, num ritual satânico permitirei que um ou outro retorne do completo esquecimento para povoar novamente meus domínios. E será apenas a brincadeira cruel de trazê-lo ao mundo para matá-lo de novo. Quero me sentar em uma mesa com o próprio Fausto do lado oposto. Vou rir dele, e ele vai rir de mim. Mas só pago a minha conta. Quero mais uma dose, depois quero não querer mais nada.
Saturday, August 25, 2007
Noções de direito
E assim são os processos, muitas vezes, liminar atrás de liminar, vamos vendo a árvore crescendo, o que ela parece se tornar... E, ainda assim, se a decisão final for a de cortá-la, em nada há que se comover com o peso das liminares anteriores. Basta cortá-la de uma vez.
Wednesday, August 22, 2007
Extemporâneo
Tuesday, August 14, 2007
Favela-Bairro
(na foto acima: Favela Real Parque, São Paulo)
Uma visão da implantação do Favela-Bairro em Acari, segundo Leticia Freire. Clique aqui para ler o texto na íntegra.
Os trechos selecionados (opinião minha):
-.-
Para selecionar as áreas a serem atendidas foi elaborado um “ranking” de todas as favelas da cidade, baseado em critérios eminentemente técnicos, conforme o grau de dificuldade para se “chegar à condição de bairro”.
-.-
A primeira etapa consiste na realização do concurso público e licitação dos escritórios de arquitetura interessados, que possuem autonomia para a elaboração dos projetos. Nessa etapa atuam basicamente duas coordenações: a Coordenação de Projetos, que estabelece as exigências, avalia e fiscaliza os projetos a serem executados, e a Coordenação de Participação Comunitária, que dirige o trabalho dos agentes comunitários que atuam na área como ponte entre a prefeitura e a comunidade. Definida a área e a proposta urbanística, membros da Gerência do Programa Favela-Bairro agendam, através da Associação de Moradores, uma assembléia na comunidade, com a finalidade de apresentar aos moradores o plano de intervenções e a equipe que o executará. Nessa assembléia, os moradores votam a aprovação do projeto, podendo sugerir modificações de acordo com as necessidades da comunidade.
-.-
Na segunda etapa, tem início a execução do plano de intervenções aprovado, quando a favela é “invadida” por engenheiros, arquitetos, trabalhadores, fiscais, tratores e britadeiras. Durante essa etapa se intensifica a atuação dos agentes comunitários, que, diariamente na área, passam a acompanhar a realização das obras e fazer um trabalho de conscientização e mobilização dos moradores no sentido de que eles assumam o papel de co-responsáveis pela intervenção, colaborando e fiscalizando o processo.
-.-
Com o término das obras, começa a etapa de regularização fundiária da favela, possivelmente a mais lenta de todas, visto que somente a partir de 2001 foram tomadas medidas importantes em nível local e nacional visando ao estabelecimento de mecanismos e políticas de regularização fundiária de longo alcance. Sendo essa questão da alçada da Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU), essa secretaria é convocada a atuar junto a SMH na instalação do Posto de Orientação Urbanística e Social (POUSO) na área, cuja função é executar todo o processo de regularização urbanística. Contando com uma equipe básica formada por um engenheiro ou arquiteto, uma assistente social e um ou mais agentes comunitários, constituiu-se ao mesmo tempo num “ponto de referência dos moradores e ponto de vigília da prefeitura”.
-.-
As maiores críticas têm sido em relação aos seus fracos reflexos no que refere aos indicadores de educação e renda das populações atendidas, assim como ao fato de ser implantado de modo desigual nas localidades.
-.-
os moradores permanecem excluídos do processo de elaboração do plano de intervenção em sua localidade
-.-
No que se refere aos moradores durante o processo da intervenção urbana, as agentes comunitários são as primeiras pessoas a lhes informarem sobre a intervenção. Antes mesmo do início das obras, elas passavam em cada casa da comunidade para divulgar, orientar e “preparar” os moradores para tal, função que lhes demanda um maior poder de tradução para convencer os mais “desacreditados”. Identificadas pelo uso de uma camiseta e crachá, são elas a quem os moradores recorrem para tirar dúvidas, fazer reclamações e sugestões sobre a intervenção na comunidade. Mas o que não estava previsto é que, conforme vão se tornando confiáveis, os moradores passavam a atribuir-lhes os mais diferentes papéis. Era comum, por exemplo, moradores entrarem na sala das agentes para desabafar um problema de ordem pessoal ou afetiva, pedir conselhos ou até relatar brigas com cônjuges ou vizinhos na expectativa de que mediassem o conflito, ajudando em sua resolução.
-.-
Aos moradores que estavam nessa situação, eram dadas duas opções: a prefeitura comprava-lhes um outro imóvel na comunidade pelo mesmo valor avaliado ou ela lhes pagava o valor correspondente para que os próprios comprassem um imóvel onde desejassem – opção que era escolhida pela maioria.
-.-
OBS minha: (isso é um puta de um problema, até onde sei... pois essas pessoas usam o dinheiro para outros fins e acabam indo morar em outras favelas)
-.-
Quando iniciamos o trabalho de campo, era ostensiva a presença do narcotráfico. Conforme diziam antigos moradores, enquanto “antes era tudo discreto” e os traficantes respeitavam mais os moradores, “hoje eles acham que sabem de tudo” e tentam controlar inclusive as associações de moradores. Uma vez que, para a prefeitura, a associação de moradores é a instituição a quem se confere representatividade e poder de negociação junto à população, ao tentar obter o seu controle, o narcotráfico acaba interferindo também na implantação do programa nas localidades. Um exemplo disso foram as mudanças ocorridas numa das localidades em relação ao que seria construído num terreno onde algumas casas foram removidas.
-.-
No plano de intervenção do programa apresentado em assembléia aos moradores, previa-se para essa área a construção de uma praça de lazer. Entretanto, o controle do tráfico exercido sobre a associação de moradores fez com que seu presidente fosse coagido a atender a um pedido do “dono da favela” – assim é chamado o chefe do tráfico -, solicitando então aos fiscais do programa uma mudança no projeto “em nome da comunidade”. Assim, ao invés da praça, construiu-se ali uma quadra, que, apesar de ser oficialmente destinada à livre utilização dos moradores para fins de lazer, tornar-se-ia na prática uma área de controle e uso exclusivo para a realização das festas e “bailes” promovidos por traficantes. Certamente, esse tipo de negociação ocorria nos bastidores, sem que os moradores tivessem conhecimento ou participação no processo decisório. Orientados a “não se meterem nisso”, os agentes comunitários, por sua vez, sentiam-se totalmente impotentes diante de tais situações.
-.-
Acompanhando o processo de implantação do Programa Favela-Bairro em Acari, através da atuação das agentes comunitárias, pudemos observar e descrever o trabalho de fabricação de uma rede de relações, assim como a multiplicação das “pontes” – a que liga a prefeitura às agentes comunitárias através de uma organização não-governamental, a que liga os moradores à prefeitura através das agentes, e a que liga as agentes aos moradores através dos “representantes de rua” – analisando os efeitos produzidos por cada uma delas. Como diz Latour (2001) em relação às disciplinas científicas, essas alianças constituem precisamente aquilo que torna o fluxo sanguíneo do programa mais rápido e com uma taxa mais elevada de pulsação.
-.-
constatamos que os planos de intervenção nunca são transpostos exatamente da maneira como esperada pela prefeitura nas localidades, mas estão sujeitos a uma série de transformações durante o processo de sua implantação, resultante das ações de diversos atores (humanos e não-humanos), previstos ou não, tais como: prefeitura, moradores, organizações não-governamentais, agentes comunitários, fogos, engenheiros, ruas, fiscais, empreiteiras, associações de moradores, escritórios de arquitetura, tráfico de drogas, polícia, mapas, sentimentos, operários, máquinas, cimento, memória, britadeiras, relatórios…
_______________________________________
Outros links relacionados:
A cidade como integração dos bairros e espaço de habitação, por Elisabete França e Gloria Bayeux
Favela-Bairro: êxito ou fracasso das políticas públicas de urbanização?, por Luíza Duarte
Manifestação contra a violência policial em Acari (RJ)
Sunday, August 12, 2007
Dia dos Pais
Pensei em fazer aqui alguma piada sarcástica, dessas que tão frequentemente faço no papel de pseudo-traumatizado que vez ou outra fico achando que sou na verdade um pseudo-desencanado. Morrendo de medo da segunda hipótese, deixei a idéia de lado. E vários outros pensamentos também.
Mas a mente humana (ou, para todos os efeitos, ao menos a minha mente, já que não posso garantir nada pelas outras) é teimosa demais e não pára de saltar de um assunto a outro. Faz considerações sem fim. Imagina, sonha, relembra, pondera, teoriza, interpreta, reinterpreta, tetrapreta e planeja.
Eram tantos assuntos, e tão diversos, tão sem respeito pela distinção entre aqui e agora, ontem e muito além do amanhã, que eu não saberia recapitular meus pensamentos de agora há pouco em algumas míseras linhas.
E, no entanto, sempre há um mágico fio condutor que de alguma forma une nossos devaneios mais díspares. Pensei em como meu pai sempre buscou criar a mim e aos meus irmãos. Para muitas coisas as respostas (sob o olhar de um adulto) eram tão simples; tenho certeza de que ele as tinha. Nunca as deu. Nos deixava procurando, nos ajudava a lidar com os percalços dos caminhos... Mas encontrar as respostas era algo que ficava por nossa conta. Isso até nos assuntos mais triviais. Às vezes ele se sentava ao meu lado, conversava, ouvia e falava. Mas sempre orientando a buscar o caminho, nunca dando direções definidas e prontas.
Meu Deus! O quão difícil deve ser fazer isso! Às vezes ficamos loucos de vontade de fornecer respostas prontas aos outros, principalmente quando vemos pessoas próximas em momentos de crise pronunciadas. E se de adulto para adulto a postura que meu pai adotava já demandava um enorme sangue-frio, imagine com crianças... com os próprios filhos!
Fiquei pensando nisso e pensando que, se meu pai aguentou fazer isso com os próprios filhos, posso aguentar e me segurar com relação às pessoas do meu convívio que às vezes desafiam a palpites mais intrometidos. E então pensei: como sou arrogante... como se EU tivesse alguma resposta definitiva para algo... Nunca há como saber. Preciso retomar minhas perguntas também.
O fato é que saber deixar que os outros encontrem as próprias respostas torna-se muito mais natural quando vemos as pessoas por compelto, além do que uma crise momentânea faz parecer. Quando enchergamos nelas todo o potencial adormecido que, para acordar, precisa reencontrar a fé em si e sua fonte interior de poder e controle. Isso não pode vir de fora. De fora o máximo que podemos fazer é inspirar esse reencontro, e às vezes eu gostaria de se melhor nessa tarefa de inspirador.
Lembrei de vários momentos com meu pai e tive saudades. Preciso ir vê-lo logo.
E, voltando a mente a toda aquela salada de pensamentos variados que antes poderiam inspirar até um certo desespero, um incômodo tenso e ansioso, de um modo muito natural e indescritível tudo o que senti foi uma serena paz.
Consegui
Descobri que cantar pedalando ajuda a distrair do frio, mas não é uma prática recomendável em trechos muito povoados.
Foi uma viagem científica. Constatei que, se a distância é psicológica, o frio definitivamente não é!
Novos recordes, a missão
Conecte-se
Tempos atrás jurei para mim mesmo não comprar livros novos até terminar ao menos boa parte das leituras que tenho pendentes em minha estante. Andando pela Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos esses dias, matando o horário de almoço, acabei quebrando minha promessa (para a alegria sarcástica de Eduardo Giannetti, claro). Temi pela indigestão de minha consciência, mas por fim vi que fora uma sábia decisão. Linked, de Albert-László Barabási, é um livro excelente.
O que é que neurônios, internet, atores de cinema, a sociedade e cadeias tróficas em diferentes ecossistemas têm em comum? Todos são sistemas passíveis de descrição por redes ou grafos. Entender as propriedades gerais desses grafos leva, portanto, a um entendimento simultâneo de diversos aspectos de todos esses diferentes sistemas.
É impossível deixar de sugerir uma visita à home-page do autor , cheia de links para artigos interessantíssimos (recomendados, contudo, para serem lidos após a leitura do livro).
Friday, August 10, 2007
Quero voar
Esta é a chamada aproximação por instrumentos. O piloto olha apenas para os instrumentos do painel e, sem ter nenhuma visibilidade para fora da aeronave, sabe o tempo todo aonde o avião está.
Quero voar.
Fazendo uma hélice
O vídeo acima fala por si só. É uma maravilha...
O que me resta comentar, antes que venham as indignações alheias, é a distinção entre "a hélice" e "o hélice", tal como escrevi no post abaixo. No meio naval, sei lá eu por qual razão histórico-cultural, hélice é masculino. O navio tem um hélice, enquanto o avião tem uma hélice... Vai entender...
Cavitação e desafios tecnológicos
O que é isso? É um modelo de hélice de navio sendo ensaiado em laboratório, em um chamado Túnel de Cavitação. Os filamentos de gás que saem das pontas das pás e também da região central constituem o próprio fenômeno de cavitação, e não são formados por ar, mas sim por água. Isso mesmo, água na fase vapor.
Mas... como a água se vaporiza assim? A água vai para a fase vapor por dois caminhos: mudanças de temperatura, ou mudanças de pressão. No caso acima, o que ocorre é uma mudança de pressão por conta do funcionamento do hélice.
Em um laboratório, como o mostrado na foto abaixo, o desafio é medir todas as propriedades de um pequeno hélice a fim de entender quando e como a cavitação ocorre. Um bom hélice é capaz de funcionar sob condições extremas sem desenvolver cavitação. Afinal, para vaporizar a água muita energia é consumida, logo um hélice cavitando joga fora muita energia do motor que poderia ser aproveitada para produzir movimento.
Medidas de pressão, temperatura, rotação, torque e tração, além de registros de vibração e gravação de imagens do fenômeno, são ingredientes básicos de um bom trabalho desse tipo. Pode parecer apenas uma brincadeira quando você está no laboratório com modelos de hélice de apenas dez centímetros de diâmetro, mas quando você pensa nas hélices reais, de mais de oito metros de diâmetro e funcionando a quase 100 rotações por minuto, dá para se ter uma idéia da violência dos fenômenos em questão.
O vídeo abaixo mostra exatamente isso... O hélice de um navio de 278,8m de comprimento... Trata-se de um "pequeno" hélice de 8,35m de diâmetro. Para movimentá-la é necessário um motor com 74700 HP de potência. É muita potência... É o suficiente para me lançar ao espaço a mais de 4000 km/h em apenas um segundo. (que comparação mais inútil).
Thursday, August 09, 2007
Resumindo
Friday, August 03, 2007
Thursday, August 02, 2007
Uma velha história
- Foi tão triste gente... Minha vó morreu uma semana antes da FUVEST!
- Nossa, tadinha! Mas... ela tava prestando o que?
A gente faz do seu jeito!
Noite de domingo. Fome. Barganhei um lanchinho e minha irmã, cheia da grana, cedeu. Deixamos o carro no estacionamento e subimos. Primeiro susto: uma fila enorme. Olho para a cozinha, e estão todos movimentados. Tudo funcionando rápido, todos trabalhando, muitos lanches saindo direto da chapa. A chama alta sob o exaustor. Alta até demais! Fumaça, muita fumaça... As pessoas cmoeçam a tossir, um extintor desesperado tenta fazer algo a respeito. Eu fico é feliz. Que vão embora todos pra eu ir pra frente lá na fila e ser logo atendido. Um primeiro comentário indignado surge:
- Quem foi que pediu bem passado?
E vem a gerente:
- Não poderemos continuar com as vendas dadas as condições, desculpem...
Tento salvar meu estômago:
- Oi, desculpe... Eu não ligo pra fumaça, e tem uns lanches já prontos lá...
Não tem jeito. Nada. Chamo minha irmã e vamos embora.
No estacionamento, surge o Rafael, buzinando. Que coincidência. Aviso ele do infortúito:
- Cara, desencana... Você não vai comer hoje aqui não... A cozinha tá meio que pegando fogo.
- Sério? É incêndio então? Eu vi a fumaça lá de fora mas, sei lá, achei que fosse só mais vapor, já que está um dia tão frio!